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domingo, 24 de fevereiro de 2019

MERCEDES SOSA


Mercedes Sosa (San Miguel de Tucumán, 9 de julho de 1935 — Buenos Aires, 4 de outubro de 2009) foi uma cantora argentina, uma das mais famosas na América Latina. A sua música tem raízes na música folclórica argentina. Ela se tornou uma das expoentes do movimento conhecido como Nueva canción. Apelidada de La Negra pelos fãs, devido à ascendência ameríndia (no exterior acreditava-se erroneamente que era devido a seus longos cabelos negros), ficou conhecida como a voz dos "sem voz".

Biografia

Mercedes Sosa nasceu em San Miguel de Tucumán, na província de Tucumán, no noroeste da Argentina, cidade onde foi assinada a declaração de Independência da Argentina em 9 de julho de 1816, na casa de propriedade de Francisca Bazán de Laguna, que foi declarada Monumento Histórico Nacional em 1941.


Nascida no dia da Declaração da Independência, e na mesma cidade onde foi assinada, Mercedes sempre foi patriota. Afirmou inúmeras vezes que "pátria só temos uma". Foi também uma árdua defensora do Pan-americanismo e da integração dos povos da América Latina.

De ascendência mestiça, constituída de europeus e indígenas diaguitas, cresceu durante o governo de Juan Domingo Perón e sofrendo - como quase todos da sua geração - uma influência muito grande de Eva Perón.

Em 1957 mudou-se de Tucumán para Mendoza, em razão de seu casamento com o compositor Oscar Matus, com quem teria um fiho, Fabián Matus (n. 1958). Em 1963, o casal, juntamente com Armando Tejada Gómez e Tito Francia, fundou o Movimiento del Nuevo Cancionero.

Em 1965 Mercedes Sosa e Oscar Matus se separaram, o que, para ela, foi um grande abalo emocional.

Carreira

Em 1961, grava seu primeiro álbum, intitulado La voz de la zafra (lançado em 1962). Em seguida, uma performance no Festival Folclórico Nacional faz com que se torne conhecida entre os povos indígenas de seu país.

Em 1965, lançou o aclamado Canciones con fundamiento, uma compilação de músicas folclóricas da Argentina. Em 1967, faz uma turnê pelos Estados Unidos e pela Europa e obtém êxito internacional. Em 1970, grava Cantata Sudamericana e Mujeres Argentinas com o compositor Ariel Ramirez e o letrista Felix Luna. Em 1971, grava um tributo à cantora e compositora chilena Violeta Parra, ajudando a popularizar a canção "Gracias a la vida". Mais tarde grava um álbum em homenagem a Atahualpa Yupanqui.

Após a ascensão da junta militar do general Jorge Videla, que depôs a presidente Isabelita Perón em 1976, a atmosfera na Argentina tornou-se cada vez mais opressiva. Sosa, que era uma conhecida ativista do peronismo de esquerda, foi revistada e presa no palco durante um concerto em La Plata em 1979, assim como seu público. Banida em seu próprio país, ela se refugiou em Paris e depois em Madri. Seu segundo marido morreu um pouco antes do exílio, em 1978.

Sosa retornou à Argentina em 1982, vários meses antes do colapso do regime ditatorial como resultado da fracassada guerra das Malvinas, e deu uma série de shows no Teatro Colón em Buenos Aires, onde convidou muitos colegas jovens para dividir o palco com ela. Um álbum duplo com as gravações dessas performances logo se tornou um sucesso de vendas. Nos anos seguintes, Sosa continuou a fazer turnês pela Argentina e pelo exterior, cantando em lugares como o Lincoln Center, o Carnegie Hall e o Teatro Mogador.

Nos anos seguintes, Sosa interpreta um vasto repertório de estilos latino-americanos, gravando tanto com artistas argentinos como León Gieco, Charly García, Antonio Tarragó Ros, Rodolfo Mederos e Fito Páez, quanto com internacionais como Chico Buarque, Raimundo Fagner, Daniela Mercury, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gal Costa, Sting, Andrea Bocelli, Luciano Pavarotti, Nana Mouskouri, Joan Baez, Silvio Rodríguez e Pablo Milanés. Mais recentemente, grava com a colombiana Shakira, cantora latino-americana de maior sucesso no exterior.

Ativismo político

Simpatizante de Juan Domingo Perón na juventude, Mercedes Sosa apoiou as causas da esquerda política ao longo de sua vida, filiando-se ao Partido Comunista nos anos 1960. Após o golpe de estado de 24 de março de 1976 foi incluída nas listas negras do regime militar e seus discos foram proibidos. A partir de 1976 realizou giros pela Europa e pelo norte de África com o guitarrista argentino-peruano Lucho González (1946-). Terminaram o giro no Brasil, onde gravaram outra versão de "Volver a los diecisiete", com Milton Nascimento.

Ela permaneceu na Argentina, apesar das proibições e ameaças, até que, em 1978, foi presa durante um recital em La Plata. Não apenas ela foi presa, mas também o público presente. Em 1979, Mercedes decidiu se exilar, primeiro em Paris e depois em Madrid. Durante a ditadura militar, enquanto esteve censurada lançou vários álbuns, destacando-se Mercedes Sosa interpreta a Atahualpa Yupanqui (1977) e Serenata para la tierra de uno (1979), adotando como mensagem a canção homônima de María Elena Walsh: "Porque me dói se fico, mas, se me vou, eu morro ". Também em 1977 Mercedes gravou duas canções de Milton Nascimento: Cio da terra (com Chico Buarque) e San Vicente (com Fernando Brant). Assim incorporou o hábito de incluir canções brasileiras em seu repertório, algo pouco usual entre os intérpretes da música hispanoamericana de então; algumas delas se converteriam em clássicos de seu cancioneiro, como "Maria Maria" (também de Milton Nascimento e Fernando Brant) que lançaria ao voltar à Argentina, em 1982.

Ao longo da década de 1980, Mercedes realizou trabalhos em parceria com vários brasileiros. Além de Milton Nascimento, também cantaram com ela Caetano Velloso, Chico Buarque, Gal Costa, Daniela Mercury e Beth Carvalho.

Suas preocupações sociais e sua posição política refletiam-se no repertório que interpretava, tendo sido uma das grandes expoentes da Nueva canción, movimento musical com raízes africanas, cubanas, andinas e espanholas marcado por uma ideologia de rechaço ao imperialismo norte-americano, ao consumismo e às desigualdade sociais.

Prêmios e honrarias

Sosa era Embaixadora da Boa Vontade da UNESCO para a América Latina e o Caribe. Em 2000, ela ganhou o Grammy Latino de melhor álbum de música folclórica por Misa Criolla, feito que repetiria em 2003 com Acústico e em 2006 com Corazón Libre. Sua interpretação de "Balderrama", de Horacio Guarany, fez parte da trilha-sonora do filme de 2008 Che, sobre o lendário guerrilheiro argentino Che Guevara. Seu último álbum, Cantora, encontra-se indicado a três prêmios Grammy Latino.

O obituário de Sosa no jornal londrino The Daily Telegraph afirmou que ela foi "uma intérprete incomparável de obras de seu compatriota, o argentino Atahualpa Yupanqui, e da chilena Violeta Parra". Helen Poopper da agência Reuters anunciou sua morte dizendo que ela "lutou contra os ditadores da América do Sul com sua voz e se tornou uma gigante da música latino-americana contemporânea".

Morte

Mercedes Sosa morreu aos 74 anos de idade, em 4 de outubro de 2009, às 5h15min (horário local), em Buenos Aires. Ela fora internada no dia 18 de setembro na Clínica de la Trinidad, no bairro de Palermo, por causa de um problema renal. Seu quadro piorou a partir do momento em que teve complicações hepáticas e pulmonares. Nos últimos dias, manteve-se sedada, respirando com a ajuda de aparelhos. Seu corpo foi velado no Congresso Nacional, em Buenos Aires, e cremado no cemitério da Chacarita, no dia 5 de outubro de 2009. Parte das suas cinzas foi espalhada em sua província natal; parte foi colocada em Mendoza, província pela qual nutria um grande amor; parte permaneceu na capital argentina, cidade onde morava havia décadas.

A chamada Voz de Latinoamérica, que sobrevivera à censura da ditadura argentina, não deixou de cantar até seus últimos dias - como a cigarra, título da canção de María Elena Walsh a que Mercedes dera uma interpretação definitiva.

Na Argentina, a presidente Cristina Kirchner declarou luto oficial de três dias pela morte de La Negra e antecipou o retorno de uma viagem à Patagônia para comparecer ao velório da cantora. Nos estádios argentinos foi feito um minuto de silêncio, antes de todos os jogos de futebol da sétima rodada do Torneio Apertura 2009. A morte de Mercedes também foi lamentada pelo chefe de estado venezuelano, Hugo Chávez, que declarou que ela "iluminou sua vida". Os governos do Equador, Chile e Brasil também demonstraram pesar, em notas divulgadas à imprensa. Vários artistas como Shakira, Silvio Rodríguez, Fito Páez, Daniela Mercury, Fagner e Wagner Tiso entre outros, também se manifestaram no mesmo sentido.



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