“O canto da fome”.
“Uma catingueira, cantadeira que expressa
todo o seu sentimento de mulher nordestina”.
“Ela canta como se tivesse com fome”.
Ela diz: “Não sou cantora, mas sim
cantadora a que me guia é o meu próprio sentimento e uma voz que ouço dentro de
mim; um canto agudo, afinadíssimo, que me instrui sobre a melhor forma de
conduzir as palavras”
Cantora, (cantadora, cantadeira...) baiana
de Tucano, Sertão de Canudos, possuidora de um estilo próprio no ato de
interpretar as canções que lhe tocam a alma, declara-se guiada por uma voz
afinadíssima que vara o silêncio de seu interior catingueiro, impulsionando-a a
cantar: "O meu canto é uterino. A minha garganta apenas permite a passagem
daquela voz que grita, lamenta e canta dentro de mim. Eu canto mesmo é pelo
umbigo".
Arquiteta pela Faculdade de Arquitetura da
Universidade Federal da Bahia, Roze iniciou suas apresentações públicas ao lado
de Gereba no início da década de 70. Após várias participações em eventos no
circuito universitário local e em teatros, estreou em disco participando do LP
de Carlos Pita. "Águas de São Francisco", em 1979. Naquele ano, a
convite da mesma gravadora, lançou o seu primeiro LP solo, o
"Acorde", trazendo basicamente compositores inéditos baianos. Este LP
teve seus destaques reproduzidos no compacto duplo "ROZE" em 1980,
ano em que teve suas músicas incluídas no LP de Rolando Boldrim "Som
Brasil", devido sua marcante presença no programa homônimo de rede
nacional de televisão, e no LP da gravadora "Essas Mulheres", que
reúne o melhor do "cast" feminino que por ela já passara. Tornou-se
independente por vontade própria e produziu na Bahia o seu segundo LP solo
"ROZE", lançado em 1984.
Roze tem ainda participado de outros Lps
tais como o de Fábio Paes, "Pensando na Alegria" (1985), de Adelmo
Oliveira e Augusto Vasconcelos, "Vertentes" (1988), de João Bá,
"Carrancas" (1990) e no "CD" de Gereba, "Gereba
Convida" (1993), gravou juntamente com outras intérpretes femininas do
melhor da MPB. Roze tem sido também presença marcante em eventos culturais a
exemplo dos promovidos anualmente pelo Movimento Popular e Histórico de
Canudos, no sertão baiano.
No ano de 1997, na camemoração do 100 anos
da Guerra de Canudos, Roze foi uma das participantes da semana cultural,
juntamente com os cantadores Gereba, Dinho Oliveira, Zé Costa, Muskito,
Joaquim, Wilson Aragão, Tato Lemos, promovidos pelo Movimento de Canudos nas
cidades de Uauá, Monte Santo, Euclides da Cunha, Nova Canudos, Bendegó e Açude
do Cocorobó. Nas 2ª e 3ª Cantoria de São Gabriel, Semana de Cultura Eunápolis,
de Serrinha, Feiras dos Municípios, do Interior, em Salvador.
Em 1999 Em São Paulo, Roze participou do
Projeto de Serenata na UMES, “Noites dos Grandes Autore”, com o apoio do Fundo
Nacional da Cultura, é dirigido e apresentado pelo violonista, compositor e
cantor Gereba, que divide o palco. Com participação no evento promovido pela
Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, “Sua Nota Vale um Show” em 16 de
novembro de 2001, transmitido ao vivo e com exclusividade pela TV Educativa da
Bahia, Roze juntamente com Carlos Pitta, Geraldo Azevedo, Zé Rodrix e Sá e
Guarabira, com o espetáculo As vozes que cantam o São Francisco.
Roze, Carlos Pitta, Geraldo Azevedo, Zé
Rodrix e Sá e Guarabira no show “As vozes que cantam o São Francisco” .
Seja na praça pública, em teatros, seja em
Salvador, em São Paulo, no interior ou no exterior, Roze leva ao público seus
autores preferidos: Elomar, Cândido de Jesus, Vital Farias, Carlos Pita, Gereba
e Patinhas, Jorge Alfredo e Antônio Risério, Fábio Paes, Luiz Gonzaga, João do
Vale, Geraldo Vandré e Roberto Carlos.
Texto de autoria de Telito Rodrigues, do
seu livro Sertão Musa.
Gosto muito de ouvir Roze, há uma melancolia do Nordeste profundo em sua voz, é um canto estabelecido com muita propriedade, que flui com muita naturalidade.
ResponderExcluirÉ meu amigo... Você só esqueceu-se de dar o credito do texto, mencionando o autor - o texto é do Livro Sertão Musa do professor e pesquisador denominado Telito Rodrigues, Achei que soubesse. Como não sabe, posso dizer, não custa nada. Não busco recobrindo por isso, mas venho eu reconhecer essa criação. Isso me fez lembrar-se de uma expressão: quem não é visto não é lembrado, mas o importante mesmo é a alegria que em me mora e das memórias que guardo cá comigo desta criação.
ResponderExcluirMeu caro amigo Telito Rodrigues, o BRASIL DE DENTRO pede perdão pela grosseria cometida. É possível, nesse caso, que uma das duas coisas tenham acontecido:
Excluir1 - A fonte de onde o texto foi extraído (O excelente e extinto blog POEIRA E CANTOS, do Falcão) cometeu o mesmo pecado que este blog;
2 - O administrador deste blog não teve a atenção necessária para perceber que no texto havia a identificação de autoria.
Só nos resta pedir sinceras desculpas e redimir o nosso erro. Desculpe-nos. Um grande abraço.
Roze é de uma voz jamais inigualável e só quatro pessoas tem este dom de ser exclusiva para mim: Roze, Amália Rodrigues, Violeta Parra, Cesaria Évora.
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