Dona
de uma voz doce, jeito tranquilo e olhar encantador, esta goiana possui
atributos mais que suficientes para cair ainda mais no gosto dos amantes da boa
música brasileira.
Maria
Eugênia se formou em música e estudou piano, mas a participação em um concurso
de canto, para desafiar a timidez, foi o que a impulsionou a seguir carreira
como cantora. No começo, interpretava canções de conhecidos letristas e logo
vieram as músicas compostas especialmente para ela.
A
qualidade de sua interpretação é um capítulo à parte, tendo sido este o motivo
dos diversos convites que recebeu para interpretar obras de grandes nomes da
nossa música.
“Cantriz”.
Esta talvez seja uma boa maneira de definir Maria Eugênia. Seus álbuns revelam
já, é certo, a potência, beleza e maturidade técnica de sua voz. Mostram
também, todavia, a impossibilidade de se lhe atribuir apenas um ou outro
adjetivo: graciosa, agressiva, ingênua, sedutora, matreira ou o que seja, todos
eles se revezam para dar contorno à personalidade de cada canção por ela
interpretada.
O
trocadilho “o que os olhos vêem o coração sente” explica a experiência única
de, mais que ouvir, assistir Maria Eugênia, vendo sua voz vestir as músicas que
encarna.
CARREIRA
Maria
Eugênia vive um grande momento em sua trajetória. É a voz que canta
Companheiro, música que foi tema de abertura da novela Araguaia, e gravou
recentemente o programa Som Brasil com músicas de Chico Buarque, ambos exibidos
pela Rede Globo. Além disso, acaba de gravar seu segundo DVD, Coisa Musical, e
está lançando o nono CD solo, Viver e Sorrir.
Mas
apesar de ter estourado nacionalmente com a canção- tema da novela Araguaia, a
cantora já percorreu uma longa jornada em sua carreira: está há 20 anos na
estrada. São nove CDs solo na bagagem, outros quatro gravados com parceiros e
dois DVDs.
Embora
reconhecida por sua profunda ligação com sua terra natal, a diversidade musical
brasileira é algo que sempre esteve presente em seu trabalho. Maria Eugênia
passeia com maestria por estilos que vão dos sambas de Noel Rosa e Paulinho da
Viola à bossa nova de Jobim e Vinícius, além de clássicos que perpassam o
sertanejo, o baião e a MPB.
“Não
sei definir meu estilo. Para mim tem música boa e música que não é tão boa, mas
também acho que isso é bem relativo. Eu canto muito melhor com um texto que eu
gosto e que me convence. Apesar de ser musicista, eu parto muito do que eu
tenho a dizer, pois meu instrumento é a palavra”. Quanto às suas referências,
ela acrescenta: “tenho a sorte de admirar grandes amigos, como Altay Veloso,
João Caetano e Juraíldes da Cruz. Eu queria cantar todas as músicas de Chico
Buarque, adoro ver no palco Ney Matogrosso e Maria Betânia. É incrível como a
voz é um instrumento maravilhoso e como há tantos timbres de qualidades
diferentes”.
Intérprete
de voz suave e segura,Maria Eugênia iniciou sua carreira cantando na noite
goiana e lançou seu primeiro disco-solo, Maria Eugênia, em 1992. De lá pra cá,
a “voz de Goiás”, como é chamada pelo diretor da novela global, Marcos
Schechtman, já fez diversos shows no Brasil, Portugal, Espanha, Alemanha e
Áustria. Como integrante do grupo Solo Brasil, apresentou-se em mais de 20 países,
além de ter recebido o título de Oficial da Ordem do Rio Branco, concedido pelo
Itamaraty pelos serviços prestados ao Brasil no exterior. A artista agora
planeja alçar voos mais altos, e acredita que é possível dar maior capilaridade
ao seu trabalho.
“É
impressionante a visibilidade de uma abertura da novela da Globo, mas é óbvio
também que eu tenho que saber aproveitar ao máximo a oportunidade. Estou
trabalhando muito, sei que há muita gente boa em busca de espaço”, diz.
“Fundamental na minha opinião, para o artista, é estar sempre atento para o
novo. No dia em que eu me sentir “pronta” eu estarei morta. Preciso sempre
estar entusiasmada com algum projeto e disposta a melhorar. Só me preocupo em
fazer melhor do que eu mesma já fiz”.
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