Raimundo Fagner Cândido Lopes
mais conhecido apenas como Fagner (Orós, 13 de outubro de 1949) é um cantor,
compositor, instrumentista, ator e produtor brasileiro.
Mais jovem dos cinco filhos
de José Fares, imigrante libanês, e Dona Francisca, Fagner nasceu na capital
cearense, embora tenha sido registrado no município de Orós.
O nome de Fagner vem sendo
incluído na lista dos maiores cantores de música latina, principalmente pela
sua filiação com outros músicos latinos não-brasileiros, como Mercedes Sosa.
CARREIRA
Primeiros anos
Raimundo Fagner nasceu em 13
de outubro de 1949 foi registrado na cidade de Orós, no interior do estado do
Ceará e batizado em 27 de dezembro na Igreja do Carmo em Fortaleza. Aos seis
anos ganhou um concurso infantil na rádio local, cantando uma canção em
homenagem ao dia das mães. Na adolescência, formou grupos musicais vocais e
instrumentais e começou a compor suas próprias músicas. Venceu em 1968 o IV
Festival de Música Popular do Ceará com a música "Nada Sou", parceria
sua com Marcus Francisco. Tornou-se popular no estado em 1969, após comparecer
em programas televisivos de auditório na TV Ceará, e juntou-se a outros
compositores cearenses como Belchior, Jorge Mello, Rodger Rogério, Ednardo e
Ricardo Bezerra, o grupo ficou conhecido como "o pessoal do Ceará".
Também no ano de 1969, após ganhar o 'I Festival de Música Popular do Ceará -
Aqui no Canto', Fagner saiu em excursão junto com o grupo de música e teatro do
Capela Cistina, foram para Buenos Aires de ônibus, a viagem durou 45 dias de
estrada.
A carreira nacional deste
nordestino começava de forma bastante imprevisível. Mudou-se para Brasília em
1970 para estudar arquitetura na Universidade de Brasília, participou do
Festival de Música Popular do Centro de Estudos Universitários de Brasília com
"Mucuripe" (parceria com Belchior), e classificou-se em primeiro
lugar. No mesmo festival, recebeu menção honrosa e prêmio de melhor intérprete
com "Cavalo Ferro" (parceria com Ricardo Bezerra) e sexto lugar com a
música "Manera Fru Fru, Manera" (também com Ricardo Bezerra). A
partir de então, Fagner consegue despertar a atenção da imprensa do Sudeste,
sendo suas canções intensamente executadas nos bares da capital do país.
Anos 1970
Em 1971 gravou seu primeiro
compacto simples em parceria com outro cearense, Wilson Cirino. Foi lançado
pela gravadora RGE, e não fez grande sucesso. O Objetivo da gravadora era bater
o sucesso de cantores como Antônio Carlos e Jocafi. Ainda em 71 foi para o Rio
de Janeiro, onde Elis Regina gravou "Mucuripe", que se tornou o
primeiro sucesso de Fagner como compositor e também como cantor, pois gravou a
mesma música em um compacto da série Disco de Bolso, do Pasquim, que tinha, do
outro lado, Caetano Veloso interpretando "A Volta da Asa Branca". O
primeiro LP, Manera Fru Fru, Manera, veio em 1973 pela gravadora Philips,
incluindo "Canteiros", um de seus maiores sucessos, música sobre
poesia de Cecília Meireles. O disco teve participação de Bruce Henri –
contra-baixista nascido em Nova Iorque e radicado no Brasil, tendo integrado a
banda de Gilberto Gil – Naná Vasconcelos e Nara Leão. Apesar de tudo, o Disco
vendeu apenas 5 mil cópias, e foi retirado de catálogo, e só foi relançado em
1976. O cantor fez, também em 1973, a trilha sonora do filme "Joana, a
Francesa", que o levou à França, onde teve aulas de violão flamenco e
canto. De volta ao brasil, gravou no ano de 1975 seu segundo álbum de estúdio,
titulado "Ave Noturna", e foi lançado pela gravadora Continental. O disco
atingiu um sucesso considerável de vendas, e pela primeira vez, Fagner teve uma
de suas canções na trilha sonora de uma novela, "Beco dos Baleiros",
de Petrício Maia e Brandão, na novela "Ovelha Negra" da TV Tupi.
Ainda pela gravadora Continental, gravou um compacto simples ao lado de Ney
Matogrosso. Em seu terceiro disco, pela gravadora CBS (Sony Music), titulado
apenas Raimundo Fagner, que foi um sucesso em vendas, na primeira semana foram
vendidos mais de 40 mil exemplares, os arranjos bem elaborados, e a qualidade
de gravação, fez do álbum um dos melhores do ano de 1976, este álbum marcava a
entrada de Fagner aos repertórios românticos. Ao mesmo tempo grava músicas de
sambistas, como "Sinal Fechado", de Paulinho da Viola. Outros
trabalhos, como seu quarto disco, Orós de 1977, disco que teve arranjos e
direção musical de Hermeto Pascoal, demonstram uma atitude mais vanguardista e
menos preocupada com o sucesso comercial. Fechando a década de 1970, lançou
mais dois discos: Eu Canto (1978) com outro poema de Cecília Meireles –
"Motivo", musicado por Fagner e mesmo tendo os créditos da poetisa o
LP teve problemas com os herdeiros e teve de ser relançado com a música
"Quem me levará sou eu" no lugar de "Motivo"; e Beleza
(1979). Fagner foi considerado pelos leitores da Revista Playboy, o melhor
cantor do ano de 1979, em segundo lugar ficou Roberto Carlos.
Anos 1980
Nos anos 1980 Fagner manteve
o lado nordestino, e se dividia ao mesmo tempo com o romantismo. O primeiro LP
dos anos 1980 foi Eternas Ondas, que teve na parte instrumental Zé Ramalho,
Dominguinhos, Naná Vasconcelos, e muitos outros. Neste mesmo disco, Fagner fez
uma versão, com ajuda de Frederico Mendes, do clássico de John Lennon e Yoko
Ono "Oh My Love", do álbum Imagine de 1971. Aproveitando o auge de
Fagner em sua carreira, a gravadora Continental lançou o disco Juntos - Fagner
e Belchior, uma compilação que continha faixas do disco Ave Noturna, o único de
Fagner lançado pela Continental. A Polydor, por sua vez, recolocou para venda o
disco Manera Fru Fru Manera. Em 1981, Fagner gravou o álbum Traduzir-se um
grande marco em sua carreira . O Disco foi lançado em toda a Europa e América
Latina, vendeu mais de 250 mil exemplares em pouco tempo, e recebeu disco de
platina. Também em 1981, lançou um álbum em espanhol, um antigo sonho de
carreira. Em 1982 lançou Sorriso Novo, que tinha como canções, poemas de
Fernando Pessoa e Florbela Espanca musicados por Fagner. Em 1983 gravou Palavra
de Amor, que teve participação do grupo Roupa Nova, e Chico Buarque. Nos anos
seguintes, gravou os discos A Mesma Pessoa e Semente,os [últimos com a
gravadora CBS. Ao lado da Banda Blitz, Gonzaguinha e outros, Fagner participou
do 12º Festival Mundial da Juventude, realizado entre julho e agosto de 1985,
em Moscou. Em 1986 lançou seu primeiro disco pela gravadora RCA, com o nome de
Fagner - A lua do Leblon, o disco superou a marca de 300 mil cópias vendidas.
Em 1987, Fagner lançou mais um disco: Romance no Deserto (título em português
de uma canção composta e gravada por Bob Dylan no álbum Desire). Este disco
superou a marca de 1 milhão de cópias vendidas, e foi lançado também nos
Estados Unidos, importado pela BMG music/Nova Iorque; as canções
"Deslizes" e "À Sombra de Um Vulcão" ficaram por mais de
700 dias entre as mais tocadas do Brasil O último disco da década, O Quinze,
décimo quinto disco da carreira de Fagner, recebeu o Prêmio Sharp de melhor
álbum do ano.
Anos 1990
O primeiro álbum da década,
Pedras Que Cantam de 1991 teve como primeira canção de trabalho "Borbulhas
de Amor", que tornou-se imediatamente sucesso nacional. O disco recebeu
disco de platina tripla por vender 750 mil exemplares, e as canções
"Borbulhas de Amor", "Pedras Que Cantam" e "Cabecinha
no Ombro" ficaram durante oito meses nos primeiros lugares nas rádios do
Brasil. Fagner passou dois anos sem lançar um disco novo. Foram vinte meses de
preparo até que o disco Demais fosse lançado em maio de 1993. O disco revive os
principais temas da Bossa Nova, com versões de canções de Vinicius de Moraes,
Tom Jobim e Dorival Caymmi. No ano seguinte lançou o disco Caboclo Sonhador,
desta vez com clássicos do forró, com versões de canções de Dominguinhos, Luiz
Gonzaga e vários outros. O disco não possui nenhuma canção de sua autoria. Em
1995 fixou moradia em Fortaleza, e lançou mais um álbum: Retratos. O álbum
recuperou canções do fim dos anos 1970, ainda não gravadas por Fagner. O
vigésimo álbum de sua carreira foi lançado em 1996 com o título de Pecado
Verde. neste mesmo ano, Fagner completava 23 anos de carreira artística. O
último disco da década de 1990 foi Terral, que não possuía nenhuma canção de
sua autoria.
Anos 2000
Em 2001, gravou o álbum que
tem o título apenas de Fagner. Tem canções em parceria com Zeca Baleiro, Fausto
Nilo, Abel Silva e Cazuza. A parceria de Fagner e Zeca Baleiro rendeu em 2003
um álbum de estúdio e um DVD ao vivo com o título "Raimundo Fagner &
Zeca Baleiro" além de uma série de shows pelo Brasil. Em 2004, pela Indie
Records, Fagner lançou o álbum Donos do Brasil. O Penúltimo disco lançado por
Fagner foi Fortaleza, em 2007. Posteriormente lançou "Uma canção no
Rádio" contendo nova parceria com Zeca Baleiro em 2009.
2007
Em 2007 em entrevista a
revista QUEM, Fagner assume que já teve relacionamentos com homens. Questionado
quanto a ser bissexual ele deixa claro que não gosta de rótulos.
2011
Em 2011 Fagner foi
considerado um dos 30 cearenses mais influentes do ano, de acordo com uma enquete
realizada pela revista Fale!
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