Nascido em São Paulo, Carlos
Silva encontrou suas raízes culturais no sertão da Bahia onde foi criado desde
a meninice. E entre trovadores e cordelistas na vila de Itamira no município de
Aporá, no interior baiano encontrou a magia da poesia popular.
Começou a cantar em 1978,
ainda interpretando outros nomes da música Brasileira e Internacional. E logo
depois sentiu necessidade de criar seu próprio estilo. “Foi aí que deixei a
paixão pelo Nordeste falar mais alto [...]” diz Carlos Silva que se considera
um “nordestino inverso”.
Ao longo dos anos foi
construindo sua carreira baseada na lealdade a cultura de seu povo e no
trabalho intenso. Seguiu, inspirado por
grande nomes com Luís Gonzaga, Vital
Faria, Xangai, Geraldo Azevedo e do Trio Nordestino e por importantes nomes da
literatura como Zé Limeira, Patativa do Assaré, Gordurinha, Téo Azevedo, Assis
Ângelo e Moreira do Acopiara.
Resultando em 2000 no
lançamento de seu primeiro CD com produção independente e o primeiro folheto de
cordel. Então pegou a estrada e viajou o país inteiro difundindo a cultura
nordestina “que é tão bela e tão rica”.
Em 2003, lançou seu segundo
CD intitulado “Retratando”, álbum que presta justa homenagem a todos os
cordelistas, trovadores, cantadores e, em especial, a Mestre Vitalino e outros
ícones da nossa cultura. Assumindo um tom ora lúdico ora crítico, as canções
que compõem o disco reverenciam o artesanato, a linguagem e a poética do povo
nordestino. Outro ponto debatido pelo compositor é a invasão lingüística e cultural
promovida por países como os Estados Unidos, o que fica bastante evidente na
canção ESTRANGEIRISMO, um sucesso absoluto composto em parceria com Sandra
Regina.
Ainda em 2003 com apoio do
Itaú Cultural e juntamente com a Cooperifa ( Cooperativa dos Poetas da
Periferia – movimento literário da capital paulista do qual faz parte ) lançou
a coletânea Rastilho de Pólvora, êxito que foi repetido em 2006 com o
lançamento de um CD de poesias pela Cooperifa e duas canções compostas por ele
em parceria com o músico Zé Riba fazem parte de um CD lançado na França pela
gravadora Urban Jungle. “Brazil estamental (oito pilha! Hum real) foi uma
música de grande sucesso nas rádios francesas”, destaca.
De lá pra cá, Carlos Silva
segue viajando por esse Brasil, divulgando seu trabalho e cativando o público
por onde anda com sua música que é acima de tudo verdadeira e abre espaços
antes fechados pela exclusão e marginalização desta cultura. “Lembro que até meados de 1994 era uma vergonha
usar chapéu de couro e caminhar nas ruas de São Paulo” diz ele. Atualmente
espaços como UNIP e UNIBAN (2006 e 2007) já prestigiaram de perto a arte deste
Nordestino Inverso.
Carlos Silva também mantém o
trabalho com os livretos de cordéis, tendo lançado entre 2005 e 2007 5 livretos
e ainda têm muito mais guardados na gaveta à espera do lançamento.
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