João Batista do Vale, mais
conhecido como João do Vale (Pedreiras, 11 de outubro de 1934 — São Luís, 6 de
dezembro de 1996), foi um músico, cantor e compositor maranhense.
De origem humilde, João
sempre gostou muito de música. Aos 13 anos se mudou para São Luís. Em 1964
estreou como cantor. Suas principais composições são Carcará, em parceria com
José Cândido e imortalizado na interpretação de Maria Bethânia, Peba na
pimenta, com Adelino Rivera, e Pisa na fulô, com Silveira Júnior.
Biografia
João Batista do Vale gostava
muito de música desde pequeno, mas logo teve de trabalhar para ajudar a
família. Aos 13 anos foi para São Luís MA, onde participou de um grupo de
bumba-meu-boi, o Linda Noite, como "amo" (pessoa que faz os versos).
Dois anos depois, começou sua viagem para o sul, sempre em boleias de
caminhões: em Fortaleza CE, foi ajudante de caminhão; em Teófilo Otoni MG,
trabalhou no garimpo; e no Rio de Janeiro RJ, onde chegou em dezembro de 1950,
empregou- se como ajudante de pedreiro numa obra no bairro de Copacabana.
Passou a frequentar programas
de rádio para conhecer os artistas e apresentar suas composições, na maioria
baiões. Depois de dois meses de tentativas, teve uma música de sua autoria
gravada por Zé Gonzaga, Cesário Pinto, que fez sucesso no Nordeste. Em 1953,
Marlene lançou em disco Estrela miúda, que também teve êxito; outros cantores,
como Luís Vieira e Dolores Duran, gravaram então músicas de sua autoria. Em
1964 estreou como cantor no restaurante Zicartola, onde nasceu a ideia do show
Opinião, dirigido por Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa, que
foi apresentado no teatro do mesmo nome, no Rio de Janeiro.
Dele participou ao lado de Zé
Kéti e Nara Leão, tornando-se conhecido principalmente pelo sucesso de sua
música Carcará (com a participação de José Cândido), a mais marcante do
espetáculo, que lançou Maria Bethânia como cantora. Como compositor, em 1969
fez a trilha sonora de Meu nome é Lampião (Mozael Silveira). Depois de se
afastar do meio musical por quase dez anos, lançou em 1973 Se eu tivesse o meu
mundo (com Paulinho Guimarães) e em 1975 participou da remontagem do Show
Opinião, no Rio de Janeiro.
Tem dezenas de músicas gravadas
e algumas delas deram popularidade a muitos cantores: Peba na pimenta (com João
Batista e Adelino Rivera), gravada por Ari Toledo, e Pisa na fulo (com Ernesto
Pires e Silveira Júnior), baião de 1957, gravado por ele mesmo. Em 1982 gravou
seu segundo disco, ao lado de Chico Buarque, que, no ano anterior, havia
produzido o LP João do Vale convida, com participações de Nara Leão, Tom Jobim,
Gonzaguinha e Zé Ramalho, entre outros. Em 1994, Chico Buarque voltou a
reverenciar o amigo, reunindo artistas para gravar o disco João Batista do
Vale, prêmio Sharp de melhor disco regional.
Em 2006 (décimo ano após sua
morte) foi lançado o espetáculo musical "João do Vale - o Poeta do
Povo", peça de Maria Helena Künner com direção musical de Marco Aurêh
baseada na biografia "Pisa na fulô, mas não maltrata o Carcará",
escrita por Márcio Paschoal.
Em 1974 teve a ideia do
teatro opinião e em 1975 o teatro ganhou vida e estreou uma peça do mesmo nome
¨opinião¨.
Cinema
Em 1954, participou como
figurante do filme Mãos Sangrentas, dirigido por Carlos Hugo Christensen, João
do Vale conheceu Roberto Farias – na época assistente de direção, - que, ao se
transformar em diretor, convidou o compositor para musicar alguns de seus
filmes, como No Mundo da Luz, de 1958. Além disso, em 1969 ele comporia a
trilha sonora de Meu Nome é Lampião, de Mozael Silveira.
Gravou discos em parceria com
grandes nomes da música brasileira, como por exemplo em 1982 fez parcerias com
Chico Buarque e Zé Kéti.
João Batista do Vale também
compôs uma canção para o filme O Espermatozoide Vencedor, ao lado de Christina
Aguileira.
Atualmente as músicas Carcará
e Estrela Miúda (gravada por grandes nomes da música brasileira como Marinês,
Elba Ramalho, Amelinha, dentre outros)fazem parte da trilha sonora da novela
Cordel Encantado da Rede Globo de televisão na interpretação marcante de Maria
Bethânia.
Na sua terra natal ele é
homenageado com uma estátua sua, onde o braço e o carcará que ele segura são
feitos de bronze.
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