História
“O meu cordel estradeiro vem
lhe pedir permissão pra se tornar verdadeiro”: Em 1997 um grupo teatral voltou
a atenção para a cidade de Arcoverde. Nascia o espetáculo “Cordel do Fogo
Encantado”, basicamente de poesia, onde a música ocuparia um espaço de ligação
entre essa poesia. Começou em um ambiente de teatro e as pessoas envolvidas
eram relacionadas ao teatro. Na formação, José Paes de Lira, Clayton Barros e
Emerson Calado. Por dois anos, o espetáculo, sucesso de público, percorreu o
interior do estado.
Em Recife, o grupo ganhou
mais duas adesões que iria modificar sua trajetória: os percussionistas Nego
Henrique e Rafa Almeida. No carnaval de 1999, o Cordel se apresenta no Festival
Rec-Beat e o que era apenas uma peça teatral ganha contornos de um espetáculo
musical. Ao lirismo das composições somou-se a força rítmica e melódica dos
tambores de culto-africano e a música passou a ficar em primeiro plano.
A estréia no carnaval
pernambucano mais uma vez chamou a atenção de público e crítica e o que era,
até então, sucesso regional, ultrapassou as fronteiras, ganhando visibilidade
em outros estados e o status de revelação da música brasileira.
Na formação, o carisma e a
poesia de José Paes de Lira, a força do violão regional de Clayton Barros, a
referência rock de Emerson Calado e o peso da levada dos tambores de Rafa
Almeida e Nego Henrique. O Cordel do Fogo Encantado passa a percorrer o país,
conquistando a todos com suas apresentações únicas e antológicas.
As apresentações da banda
surpreenderam a todos não somente pela força da mistura sonora ousada de
instrumentos percussivos com a harmonia do violão raiz. À magia do grupo que
narra a trajetória do fogo encantado, soma-se a presença cênica de seus
integrante e os requintes de um projeto de iluminação e cenário.
Em 2001, com produção do
mestre da percussão Naná Vasconcellos, o Cordel do Fogo Encantado se fecha em
estúdio para gravar o primeiro álbum, que leva o nome da banda. A evolução
artística amplia ainda mais o alcance do som do grupo que, mesmo atuando
independente, ganha mais público e atenção da mídia, por onde passa.
Com turnê que passou pelos
mais remotos cantos do país, um ano depois, em 2002, o grupo volta para o
estúdio para gravar o segundo trabalho: “O Palhaço do Circo Sem Futuro”,
produzido por eles mesmos, de forma independente. Lançado no primeiro semestre
de 2003, o trabalho foi considerado pela crítica especializada um dos mais
inventivos trabalhos musicais produzidos nos últimos anos.
E o Cordel do Fogo Encantado
ganha projeção internacional, com apresentações na Bélgica, Alemanha e França.
Entre os prêmios conquistados pela banda estão o de banda revelação pela APCA
(2001) e os de melhor grupo pelo BR-Rival (2002), Caras (2002), TIM (2003),
Qualidade Brasil (2003) e o bi-campeonato do Prêmio Hangar (2002 e 2003).
No cinema, a banda participou
da trilha sonora e do filme de Cacá Diegues, “Deus É Brasileiro”. Nas brechas
das turnês, Lira Paes marcou presença também na trilha sonora de “Lisbela e o
Prisioneiro”, de Guel Arraes, na qual interpreta a música “O Amor é Filme”.
Lirinha, como é conhecido pelos fãs, também atuou no filme Árido Movie, de
2006.
Em outubro de 2005 o Cordel
do Fogo Encantado lançou o DVD “MTV Apresenta”, o primeiro registro audiovisual
da banda. “Transfiguração”, terceiro disco lançado em setembro de 2006, vem
borrar ainda mais a linha de fronteira entre as artes cênicas e a música. Pela
primeira vez o grupo faz primeiro o registro sonoro para então se dedicar à
criação do espetáculo. Com produção de Carlos Eduardo Miranda e Gustavo Lenza e
mixagem de Scotty Hard, o Cordel do Fogo Encantado se firma como um dos grupos
mais representativos da cena independente nacional.
Em fevereiro de 2010, Lirinha
anunciou a sua saída do Cordel do Fogo Encantado, encerrando as atividades da
banda. O vocalista afirmou que tinha "necessidade de trilhar novos
caminhos."
Origem do nome
Cordel do Fogo Encantado era
o título do espetáculo.
O “cordel” na região Nordeste
é sinônimo de história em forma de poesia.
Para os integrantes, o “fogo”
é o elemento natural mais representativo da suas existências, devido a sua
cidade, seu lugar de origem e da sua intenção musical e poética inconstante e
mutável.
O “encantado” ressaltaria a
visão apocalíptica e profética dos mistérios entre o céu e a terra.
Estilo musical
É caracterizado pela fusão de
ritmos como Reisado, Toré, Samba de Côco e o Afro. Resulta uma música estranha
de ritmos que não tem nome e que as pessoas não sabem como dançar.
Hoje a banda segura o desafio
de fazer uma linha de baixo através da percussão e um violão solitário
responsável pela condução harmônica.
A poesia
A poesia hoje faz a ligação
de todo o espetáculo. Pequenos poemas e até historinhas. Algumas dessas poesias
foram retiradas do repertório que ocupava quarenta minutos do espetáculo.
Lirinha já recitou poesias em festivais de rock, no carnaval e ainda assim a
multidão silenciava e recitava algumas poesias como as de João Cabral de Melo
Neto, Zé da Luz e Cancão
Influências
Chico Science
Nação Zumbi
Mundo Livre S.A.
Naná Vasconcelos
Música afro
Religiões afro-brasileiras
(principalmente a umbanda)
Ritual Indígena do nordeste
do Brasil (Toré)
Membros
José Paes de Lira – “Lirinha”
– voz e pandeiro.
Clayton Barros – violão e
voz.
Emerson Calado – percussão e
voz.
Nego Henrique – percussão e
voz.
Rafa Almeida – percussão e
voz.
Discografia
Cordel do Fogo Encantado
(2001)
O Palhaço do Circo Sem Futuro
(2002)
Transfiguração (2006)
Videografia
MTV Apresenta (2005), gravado
em São Paulo na Casa das Caldeiras.
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