Poeta. Letrista. Ensaísta.
Diretor de produção e diretor artístico de discos. Diretor de shows musicais.
Viveu sua infância em Jequié (BA), mudando-se, na adolescência, para Salvador
(BA) para cursar o 2º grau. Graduou-se em Direito pela Universidade Federal da
Bahia, embora nunca tenha exercido a profissão.
Na virada dos anos 1960/1970,
viveu entre Rio de Janeiro e São Paulo. Na época, assinando Sailormoon,
colaborou com diversas publicações culturais e com os principais jornais
brasileiros.
Em 1972, estreou na
literatura, publicando o livro “Me segura qu'eu vou dar um troço”. Ainda nesse
ano, co-editou, com Torquato Neto, a revista “Navilouca”, marco do movimento
editorial alternativo brasileiro.
No ano seguinte, dividiu, com
Jards Macalé, a direção de produção do disco “Aprender a nadar”.
Dividiu, com Miguel Plopschi,
a direção artística, e, com Miguel Plopschi e Gal Costa, a coordenação
artística do disco “Bem-bom” (1985), de Gal Costa. Realizou a concepção de
repertório do disco “Gal plural” (1989), de Gal Costa. Dividiu, com João Bosco
e Antônio Cícero, a produção artística do disco “Zona de fronteira” (1991), de
João Bosco. Assinou a direção de produção dos discos “Veneno antimonotonia”
(1997) e “Veneno ao vivo”, ambos de Cássia Eller.
Atuou na direção-geral dos
shows “Gal fatal” (Canecão/RJ, 1971), gravado ao vivo e lançado em disco, e
“Índia” (1973), ambos com Gal Costa, “Mel” (Canecão/RJ, 1979), com Maria
Bethânia, “Marina” (Teatro Ipanema/RJ, 1980), com Marina, “A Cor do Som” (1983),
com o grupo A Cor do Som, “Samba-rock” (Praça da Apoteose/RJ, 1984), com vários
intérpretes, “Festa do interior” (Maracanãzinho/RJ, 1985), com Gal Costa, “Gil,
20 anos-luz” (Ibirapuera/SP, 1986), com Gilberto Gil e outros artistas, “Gal
plural” (Palace/SP, Canecão/RJ), com Gal Costa, “Comemoração dos 80 anos de
Dorival Caymmi” (Pelourinho/BA, 1992), “Roberta Paixão Miranda, a rainha do
rodeio” (1995), com Roberta Miranda, e “Veneno antimonotonia” (Canecão/RJ,
1997), com Cássia Eller, esse último contemplado com o Prêmio Sharp de melhor
show do ano de 1997.
Participou, como compositor,
da trilha sonora de diversos filmes. Em 1976, sua música “Revendo amigos” (c/
Jards Macalé) foi incluída na trilha sonora de “Amuleto de Ogum”, filme de
Nélson Pereira dos Santos. Em 1984, escreveu, em parceria com Gilberto Gil, as
músicas “Quilombo”, “Zumbi, a felicidade guerreira”, “Dandara, a flor do
gravatá”, “Domingos Jorge Velho em Pernambuco”, “Ganga zumba, o poder da
bugiganga” e “O cometa”, para a trilha sonora de “Quilombo”, filme de Cacá
Diégues. Em 1995, sua canção “Vapor barato” (c/ Jards Macalé), na interpretação
de Gal Costa, foi utilizada com destaque em “Terra estrangeira”, filme de
Walter Salles Jr. No ano seguinte, sua música “Dona do castelo” (c/ Jards Macalé)
foi canção tema de “Doces poderes”, filme de Lúcia Murat. Em 1998, a canção
“Vapor barato” foi incluída na trilha sonora de “Iremos a Beirute”, filme de
Marcus Moura.
Suas músicas foram gravadas
por diversos artistas, como Gal Costa, Maria Bethânia, Adriana Calcanhoto, Zizi
Possi, Cazuza, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paralamas do Sucesso, João Bosco,
Willie Colon, Vânia Bastos, Itamar Assunção, Leila Pinheiro, Margareth Meneses,
Moraes Moreira, Lulu Santos, Flora Purim, Grupo Rappa e Zeca Baleiro, entre
outros. Algumas de suas canções deram nome a discos de Maria Bethânia e Adriana
Calcanhoto.
Publicou os seguintes livros:
“Me segura que vou dar um troço” (José Alvaro Editor/RJ, 1972), “Gigolô de
bibelôs” (Editora Brasiliense/SP, 1983), “Armarinho de miudezas” (Fundação Casa
de Jorge Amado/Salvador, 1993), “Algaravias: câmara de ecos” (Editora 34/RJ,
1996), contemplado com o Prêmio Alphonsus Guimaraens da Biblioteca Nacional e
com o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, na VIII Bienal Internacional
do Livro em 1997, “Qual é o parangolé: Hélio Oiticica” (Coleção Perfis do Rio,
Editora Relume-Dumará/RJ, 1996), “Lábia” (Editora Rocco/RJ, 1998), indicado
para o Prêmio Jabuti em 1999, e “Tarifa de embarque” (Editora Rocco/RJ, 2000).
Atuou ainda como organizador dos seguintes livros: “Torquato Neto ou últimos
dias de paupéria”, em parceria com Ana Maria Duarte, livro/disco (Editora
Livraria Eldorado Tijuca Ltda./RJ, 1973), “Caetano Veloso, alegria alegria”
(Pedra Q Ronca Edições e Produções Artísticas Ltda./RJ, 1997), “Torquato Neto
ou últimos dias de paupéria”, em parceria com Ana Maria Duarte, edição revista
e ampliada (Editora Max Limonad Ltda./SP, 1982), “Hélio Oiticica, aspiro ao
grande labirinto”, em equipe com Lygia Pape e L. Figueiredo (Ed. Rocco/RJ,
1986), e “O relativismo enquanto visão do mundo”, em parceria com Antônio
Cícero (Editora Francisco Alves/RJ), reunião de contribuições originais de
autores como Richard Rorty, Ernest Guellner, Bento Prado Jr. e Peter
Sloterdiijk. Autor freqüentemente convidado para eventos de poesia e
palestras/debates no Brasil, participou, no exterior, do ciclo de palestras
sobre a retrospectiva do artista plástico Hélio Oiticica. Apresentou
performance poética no Digitale Dialekte 97 realizado em Colônia (Alemanha).
Participou dos vídeos “Trovoada” (1997) e “Fronteira” (1988), de Carlos Nader,
e dos filmes documentais “Candomblé”, de David Byrne (EUA, 1988), e “Mapas
urbanos”, de Daniel Augusto (1988), entre vários outros. Teve poemas incluídos
nas seguintes antologias: “Bahia invenção” (Fundação Cultural da
Bahia/Salvador, 1974), “Caravanes: littératures à découvrir” (Éditions
Phébus/Paris, 1997), “Folhetim, poemas traduzidos”, organizada por Nelson
Ascher e Matinas Suzuki (Folha de S. Paulo/São Paulo, 1987), “Ler partituras”
(CD-ROM lançada pelo Ministério da Cultura/Biblioteca Nacional/Divisão Nacional
do Livro/Rio de Janeiro, 1997), “Nothing the sun could not explain: 20
contemporary brazilian poets”, organizada por Michael Palmer, Régis Bonvicino e
Nelson Ascher (Sun and moon press/Los Angeles/EUA, 1997), “Poesia jovem anos
70” (Editora Abril S.A./São Paulo, 1983), “41 poetas do Rio”, organizada por
Moacyr Félix (Funarte/Rio de Janeiro, 1998), “26 poetas hoje”, organizada por
Heloísa Buarque de Hollanda (Editorial Labor do Brasil S. A./Rio de Janeiro,
1976, reeditada pela Editora Aeroplano/Rio de Janeiro, 1998) e “Yearbook”
(Academy of Media Arts. Colônia/Alemanha, 1998).
Em janeiro de 2003, assumiu a
Secretaria de Livros e Leitura, a convite do ministro da Cultura, Gilberto Gil,
vindo a falecer no dia 5 de maio desse mesmo ano.
Em 2004, A Fundação
Biblioteca Nacional e a editora Aeroplano relançaram o livro “Me segura que eu
vou dar um troço”, uma reedição de luxo do original de 1972, contendo também um
novo texto, “A medida do homem”, e manuscritos editados em 1975, além de uma
introdução do letrista e filósofo Antônio Cícero, incluídos pelos responsáveis
pela edição, Heloisa Buarque de Hollanda e Luciano Figueiredo. O evento de
lançamento, realizado na Livraria Dantes (RJ), contou com a participação de
vários artistas, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Macalé, Adriana
Calcanhotto, o grupo O Rappa e o poeta Chacal, entre outros.
Em 2005, Jards Macalé lançou
o CD “Real Grandeza” (Biscoito Fino), contendo exclusivamente canções da
parceria de ambos: “Rua Real Grandeza”, “Senhor dos sábados”, “Anjo
exterminado”, “Dona de castelo”, “Vapor barato”, “Mal secreto”, “Negra
melodia”, “Revendo amigos”, “Pontos de luz”, “Berceuse crioulle” e “Olho de
lince”, as duas últimas até então inéditas. O disco teve direção musical de
Cristóvão Bastos e contou com a participação de Maria Bethânia, Adriana
Calcanhotto e Luiz Melodia, entre outros artistas.
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