Compositor, produtor e
cantor, Totonho nasceu em 1964 na cidade de Monteiro, na Paraíba. Lá foi
vendedor de buchada de bode e assistiu à muitas cantorias de repentistas da
região. Foi quando teve seu primeiro contato com a música. "Minha casa
vivia cheia de gente, então me acostumei a vê-los pela casa. Você sabia que
Monteiro foi durante muito tempo considerada a Meca dos repentistas
nordestinos?" Com nove anos de idade, Totonho montou a banda Os Renegados,
que tocava com latas (guitarra de lata, bateria de lata e afins). "Foi ali
que começou tudo e me tornei compositor". Em 82 resolveu que queria mesmo
seguir a carreira de músico. Foi para João Pessoa, onde fundou o Musiclube da
Paraíba, uma cooperativa de compositores por onde passaram nomes como Chico César,
Jarbas Mariz e os irmãos Pedro Osmar e Paulo Ró, entre outros.
Durante cinco anos, Totonho
participou do projeto Tocar Por Prazer (um grupo de baixistas, guitarristas,
vocalistas, compositores, etc...) cantando e tocando violão em João Pessoa.
Nesse mesmo período cursou Faculdade de Arte e Educação e deu início à um
trabalho social, junto às comunidades....
Já premiado e conhecido como
um dos melhores compositores da região, no final de 88 foi para o Rio de
Janeiro fazer uma pós-graduação e tentar a vida como músico.
Enquanto isso Totonho
continuava compondo e em 96 abriu shows de Geraldo Azevedo, João Bosco e
outros. No final do ano se uniu com outros músicos formando Totonho e os Cabra.
Depois de participar e se classificar no Projeto Pixinguinha, estreou em março
de 97 uma turnê por sete capitais brasileiras. Depois foi ocupando os espaços
possíveis no Rio (festas, bares, circuito "alternativo baixo", todo
canto como ele mesmo diz). Até que em 99, uma demo foi parar nas mãos do
produtor musical Carlos Eduardo Miranda. O resultado foi o álbum homônimo
Totonho e Os Cabra, que mostra bem a cara do dono. "Sou melhor compositor.
Eu parto da palavra: daí faço uma frase, desmancho, faço outra, mudo,
transformo, busco um sinônimo... Eu sou tipo um pedreiro que vai quebrando um
tijolo até ele caber em sua construção."
Comunidade Alternativa
Em quatro anos ainda não tinha conseguido se
firmar como músico, mas já tinha sua ONG Projeto Ex-Cola, a partir de um
trabalho social que tinha se engajado no Circo Voador. Aliás, o trabalho social
é um capítulo à parte na biografia de Totonho. "Já fui alfabetizador de
uma comunidade indígena e hoje, no Rio, continuo o trabalho social através de
um programa de rádio do Circo Voador, que ajuda a comunidade do bairro da Lapa.
Um dos projetos, o OBA - Oficinas Básicas de Arte, que tem como base de
trabalho a cultura contra a violência. A idéia, além de discutir os problemas
da comunidade, é trazer também nomes novos e conhecidos da música do Rio.” Já
passaram pelo programa de Totonho nomes como Fausto Fawcett, Jards Macalé,
Farofa Carioca, Fernanda Abreu e Moreno Veloso, entre outros.
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