Sua carreira artística teve
início na Orquestra de Câmara da Paraíba, onde atuou no final dos anos 1960. No
mesmo período, atuou na Orquestra Sinfônica do Recife e deu concertos como
solista em sua cidade natal. Por essa época, recebeu do escritor Ariano
Suassuna o convite para tomar parte do Quinteto Armorial, como compositor e
instrumentista. Com o Quinteto Armorial, atuou no Brasil e no exterior e gravou
quatro discos. Nesse período, teve intenso contato com artistas populares do
Nordeste, o que o levou a aprimorar seus conhecimentos sobre as formas de
expressão da cultura popular, em especial a dança e a música.
Em 1976, começou a
desenvolver seu próprio estilo de concepção de artes cênicas, dança e música.
No mesmo ano, apresentou no Recife o espetáculo "A bandeira do
divino" . Em 1982, apresentou em São Paulo, no Primeiro Festival
Internacional de Teatro, o espetáculo "A arte da cantoria". No ano
seguinte, apresentou "Maracatu misterioso", vindo a mudar-se no mesmo
ano, com a esposa Rosane para a capital paulista. Em São Paulo, dedicou-se
primeiramente à mímica e em seguida às aulas de circo, sob a orientação de
Klaus Viana. Nesse período, ajudou a implantar na Unicamp o Departamento de Artes
Corporais, tendo lecionado na mesma universidade danças brasileiras, durante
cinco anos. Pouco depois, dirigiu e atuou no espetáculo "Mateus
presepeiro". Em 1989, criou "O Reino do meio", espetáculo solo
apresentado no III Carlton Dance, e que recebeu premiação da Apca. Criou, em
seguida, com Bráulio Tavares, os espetáculos "Brincante" e
"Segundas Histórias", epopéia picaresca onde introduz o personagem
"Tonheta", uma espécie de colcha de retalhos de diversos tipos
populares que habitam as ruas e praças do Brasil. A partir desses espetáculos,
fortaleceu a parceria com a mulher Rosane, que se destacou como sua parceira
ideal nas apresentações, em razão de seus dotes circenses. O casal criou,
então, a Escola e Teatro Brincante, centro cultural, onde ensaiam, apresentam
espetáculos e promovem eventos e cursos. A partir dos anos de 1990, mudou um
pouco o ramo de seus espetáculos para a música, produzindo com Rosane diversos
espetáculos. Em 1994, recebeu o Prêmio Shell pelo conjunto de sua obra. Em
1996, foi produzido, "Na pancada do ganzá", nome dado por Mário de
Andrade aos registros musicais arquivados em suas viagens, entre 1927 e 1928,
pelo Norte e Nordeste do Brasil. O espetáculo e o CD resultante foram uma
homenagem ao poeta brasileiro e ao coqueiro Chico Antonio, descoberto por Mário
em suas andanças. No CD, lançado pelo Estúdio Eldorado, estão presentes
diversas composições de domínio público, entre as quais, "Vinde, vinde,
moços e velhos" e "A vida do marinheiro". Aparecem, ainda, diversas
composições de importantes compositores pernambucanos, entre as quais,
"Serenata suburbana", de Capiba, "Marcha da folia", de Raul
Morais e "Mexe com tudo", de Levino Ferreira, além de composições do
próprio Antônio Nóbrega e o primeiro movimento do Concerto de Bach em ré menor,
para rebeca e flauta. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Mambembe pelo conjunto de
sua obra, o Prêmio O Globo pelo melhor show do ano, além do Prêmio Sharp pelo
melhor CD, "Na pancada do ganzá", melhor música "Na pancada do
ganzá" e o Prêmio Apca de Projeto e Pesquisa Musical do Ano.
Em 1997, produziu o
espetáculo "Madeira que cupim não rói", que é o nome de uma
consagrada marcha-rancho do compositor pernambucano Capiba. No espetáculo e nas
músicas do CD, procurou fortalecer a herança musical ibero-mediterrânea e
afro-indígena, com a utilização de instrumentos musicais brasileiros quase em
desuso, como o urucungo, elo perdido entre o berimbau e a rebeca e o marimbau,
uma espécie de berimbau de latas tocado com o auxílio de um pedaço de vidro e
uma baqueta. É prestada uma homenagem ao esquecido compositor pernambucano de
frevos e polcas Lourival Oliveira, o Louro amigo. São divididas com Wilson
Freire, a autoria de 11 das 20 músicas do disco. No mesmo ano, recebeu o Prêmio
Multicultural Estadão como "Criador Participante na Cultura
Brasileira", o Prêmio Ministério da Cultura "Cultura Popular", o
Prêmio O Globo por Melhor Show do Ano e recebeu a indicação para o Prêmio Sharp
como melhor show e melhor arranjador. Apresentou, ainda, "Aula
espetáculo/Sol a pino".
Em 1998, foi convidado, pelo
Departamento Cultural do Itamarati e pela Comissão Nacional dos 500 anos do
Brasil, a excursionar em Portugal e outros países com um espetáculo
especialmente criado para os festejos luso-brasileiros, chegando a exibir-se na
Expo de Lisboa com muito sucesso. Em 1999, lançou o espetáculo e o CD
"Pernambuco Falando Para o Mundo", que era o nome de um programa de
rádio da cidade do Recife. Neste trabalho, apresenta uma viagem pela
diversidade da música pernambucana, através de seus principais compositores,
seja os clássicos, como Capiba, seja os desconhecidos, como Felinho e Luís de
França. Em 2000, o ator-músico apresentou o show no Rio de Janeiro, com
cenários e figurinos inspirados nas ruas do Recife e Olinda, assinados pelo
artista plástico Dantas Suassuna, filho de Ariano Suassuna. Apresentou-se
acompanhado por uma autêntica orquestra de frevo, a Banda Pernambuco, com 14
integrantes. Seu trabalho realiza um resgate das fontes brasileiras, uma viagem
pelo folclore, especialmente o nordestino, revitalizando gêneros como frevo,
coco, maracatu, caboclinho, ciranda, cavalo-marinho e as marchas de bloco. Em
2001 apresentou uma aula-show, no Teatro da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro, durante o VII Encontro Nacional de Pesquisadores da MPB. No mesmo ano,
apresentou no Teatro Carlos Gomes no Rio de Janeiro o espetáculo "O marco
do meio-dia", apresentado também em São Paulo e Brasília.
Em 2002 voltou ao Rio de
Janeiro para comemorar os 50 anos de vida e 30 de carreira com seu novo
espetáculo "Lunário perpétuo", encenado no Teatro Odylo Costa Filho,
na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). O espetáculo, do qual foi
gravado CD homônimo, vem do nome de um livro que, segundo Câmara Cascudo,
serviu por 250 anos de régua e compasso aos poetas populares do nordeste do
Brasil. O espetáculo foi mais centrado na música, se compardo a "O marco
do meio dia", montado no ano anterior no mesmo espaço da Universidade do
Rio de Janeiro. O mesmo show foi apresentado no Teatro João Caetano também no
Rio de Janeiro, desta vez, de Dona Militana, de 70 anos, mestra do romanceiro
medieval e figura mítica do sertão nordestino em especial, no Rio Grande do
Norte, onde nasceu. No CD "Lunário perpétuo" interpretou, entre
outras composições "A morte do touro mão de pau" e "Romance da
filha do Imperador do Brasil", parcerias com Ariano Suassuna;
"Carrossel do destino"; "Meu foguete brasileiro" e "O
rei e o palhaço", com Bráulio Tavares e "Pagão", de Pixinguinha,
além de "Ponteio acutilado", de sua autoria.
Em 2004, passou a apresentar
no canal Futura, juntamente com Rosane Almeida a série "Danças
brasileiras", um inventário de danças de todo o país passando pelas
diferentes regiões. Em fevereiro de 2005, foi convidado para apresentar-se no
Teatro Nacional de Havana, em Cuba. No mesmo ano, apresentou show de
encerramento da cerimônia em homenagem a Ariano Suassuna, a quem foi entregue o
título de Doutor Honoris Causa, na Universidade de Passo Fundo,RS, sendo
aplaudido efusivamente por cerca de 5 mil pessoas, entre estudantes,
professores e intelectuais. No início de 2006, lançou o primeiro CD do projeto
"Nove de freveiro", pela aproximação do centenário do frevo. Em
novembro do mesmo ano, apresentou-se no programa Sr. Brasil, na TV Cultura de
São Paulo, que lhe dedicou dois blocos da programação. Na oportunidade,
interpretou diversas obras de compositores de sua estima, como "Folias da
madrugada", de Toscano Filho, acompanhando-se de sua rabeca. Também
interpretou o frevo-canção " "Dia azul" e o clássico
"Madeira que cupim não rói, ambas de Capiba, além de "Mulher
peixão", de Luís de França. Ainda em dezembro do mesmo ano, lançou o
segundo CD do projeto "Nove de Freveiro", aludindo ao dia e mês de
1907, em que a palavra frevo foi falada pela primeira vez numa rádio. O
lançamento de "Nove de Freveiro II" foi realizado com temporada de
show em São Paulo e em outras cidades, como no Rio de Janeiro, em que teve
lugar no Teatro Sesc Ginástico, no centro da cidade. O show, homônimo do disco,
teve direção do próprio Antônio Nóbrega, que deu uma aula-show, e contou com
participação de diversos artistas, entre eles, a Spok Frevo Orquestra. Um telão
no centro do palco, em formato de estandarte, exibiu uma vídeoinstalação com
fotos de Recife na década de 1930, além de uma animação em que bonecos dançam e
tocam frevo, trabalho assinado por Gabriel Almeida, filho de Nóbrega e Dantas
Suassuna. No repertório do show, um mix de músicas dos dois CDs do projeto Nove
de Freveiro. Do primeiro CD, entre outros, como "Fervo e festim",
parceria com Wilson Freire, além de clássicos de mestres como, "Galo de
Ouro", de Zé Menezes, "Corisco", de Lourival de Oliveira e uma
versão em frevo de "Melodia sentimental", de Villa-Lobos. O CD traz
encarte de 60 páginas com biografias de importantes personalidades do frevo,
fotos do fotógrafo Pierre Verger, um ensaio fotográfico realizado por Walter
Carvalho sobre a dança de Nóbrega e, entre outras, uma faixa
especial:"Florilégio", um pot-pourri de frevos na voz de artistas
como Elba Ramalho, Dominguinhos, Geraldo Azevedo, Chico César, Ná Ozzetti,
Silvério Pessoa e Dalva Torres. De produção independente, o disco foi
distribuido pelo Selo Brincante, de Antônio Nóbrega. Em fevereiro de 2007, foi
um dos participantes do CD "100 anos de frevo", lançado pela Biscoito
Fino, do qual participaram diversos artistas consagrados como Elba Ramalho,
Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Chico Buarque e Gilberto Gil. No disco,
interpretou "Evocação", de Nelson Ferreira. No carnaval do mesmo ano,
comandou o tradicional "Arrastão do dia do frevo", com a apresentação
de diversos blocos líricos e orquestras itinerantes e com a apoteose no Marco
Zero, num grande show de lançamento do CD Duplo "100 Anos do Frevo- É de
perder o sapato". Também nesse carnaval, apresentou-se no palco do
Citibank Hall, em São Paulo, acompanhado da Spok Frevo Orquestra, juntamente
com outros artistas representativos da música nordestina, como Alceu Valença,
Elba Ramalho, Silvério Pessoa, Lula Queiroga, Lirinha, do Cordel do Fogo
Encantado, num evento que marcou o lançamento do Carnaval do Recife em São
Paulo.
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