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quinta-feira, 7 de maio de 2020

ASSIS BATISTA



[2005] Assis Batista – INQUIETUDE

Por Ivan Matos

Francisco de Assis Batista da Rocha, o Assis Batista, é nascido em São Pedro do Piauí, cidade ribeirinha da região do Médio Parnaíba, de formação essencialmente católica, o que influenciou fortemente a cultura do seu povo, cujas manifestações traduzem essas raízes.
Originalmente, São Pedro do Piauí foi habitada por povos vindos do Pernambuco, Paraíba e Ceará atraídos por terras ricas com potenciais para o cultivo do arroz.

Mais precisamente, Assis Batista é oriundo da localidade Ponte de Pedras, situada a (mais ou menos) 35 km do centro urbano de São Pedro do Piauí, onde as manifestações de Reisados, Rodas de São Gonçalo e Danças de São Benedito  são as expressões culturais mais intensas.

É desse panorama sociocultural e de uma família de artistas, de músicos e de muitos poetas que brota o cantor e excelente intérprete Assis Batista que, ainda menino, foi morar em Teresina, onde se criou e se dedicou à música. Assis Batista toca violão, seu instrumento-base, cavaquinho e guitarra.

Como todo artista da música, iniciou sua carreira se apresentando nos bares da capital. No final dos anos 1970, fundou e integrou com outros artistas piauienses o Grupo Varanda, que durou cerca de meia década (1979-1983) e cuja trajetória foi muito importante para a expressão musical do Piauí e para formação profissional dos seus componentes.

Com o Grupo Varanda, Assis Batista se apresentou no Teatro 4 de Setembro e na Universidade Federal do Piauí e participou dos diversos festivais que a época proporcionou, tendo o auge no 1º FMPBEPI – Festival da Música Popular Brasileira do Estado do Piauí - 1980, promovido pela TV Clube, afiliada da Rede Globo, onde ficou o único registro musical gravado pelo Grupo, as músicas “Quintal de Passarinho” (Paulo José Cunha e George Mendes) e “Milagre na Terra” (Naeno).

Apenas em 2005 Assis Batista conseguiu gravar seu primeiro e único álbum solo. O projeto do segundo está pronto e o álbum por vir. Este Inquietude (2005) é o retrato da trajetória e da estrada desse excelente cantor-intérprete. Nele está exposta toda a sensibilidade do artista.

Detentor de uma voz melodiosa, Assis Batista é tenor com tendências a mezzo-soprano, de um agudo singelo que beira à quarta oitavada (C4), o que lhe dá uma característica singular, única.
Os ouvidos mais atentos perceberão a sutileza de suas interpretações, que levam o ouvinte a recriar as imagens cantadas nos versos das cantigas bem escolhidas para o repertório.

Numa delas, o intérprete nos remete a um pôr do sol sereno e triste, quase refletindo dor e, quase que precisamente, descreve a saudade de “quem tem amor muito longe não pode ouvir trovejar” quando canta ”... já a tardezinha com o cair do sol” (versos da composição “Trovão” de Jorge Melo). A leveza de sua voz provoca-nos a imaginar e a ouvir um trovão tão suavemente como uma nota musical melodiosa.

Da mesma forma, a suavidade melódica dos tons de sua voz traduz o sentimento preciso do compositor na canção Inquietude, do compositor Naeno. É como se o intérprete se apropriasse do sentimento exposto pelo compositor. Nessa canção, o poeta compara seu medo de amar com o distanciamento e a proximidade de um rio com o mar e o intérprete insinua a inquietude desse movimento com lapsos de timidez e presteza dos tons de sua voz.

Este é Assis Batista que, em seus mais belos tons, harmoniza sua voz e sua sensibilidade para emprestar suas interpretações aos arranjos instrumentais e poéticos das belíssimas canções que compõem o Inquietude (2005),  seu primeiro álbum solo, cujo repertório de músicas e de músicos conta e demonstra a trajetória estradeira da sua vida musical.

Simplício Mendes Piauí, 17 de maio de 2020



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