Cantor. Compositor.
Apresentador. Empresário. Antes de se tornar cantor, foi ator amador e se
interessava por literatura e pintura. Chegou a cursar a Escola Superior da
Aeronáutica e a Faculdade de Economia, sem concluí-las. Até 1964, sua formação
musical passava pela música erudita, especialmente renascentista e barroca, e
pelo jazz, gospels e blues, passando então a se interessar por rock and roll.
Em 2012, como empresário, lançou uma revista e uma grife de produtos, como
perfumes e roupas de cama.
Iniciou a carreira se
apresentando como cantor de blues e gospels em boates no Beco das Garrafas, no
Rio de Janeiro. Em 1965, levado por Eli Barra, membro dos Brazilian Beetles,
apresentou-se no programa "BBC no Rio", de Glauco Pereira,
interpretando as canções "You've got to hide your love away", de
Lennon e McCartney, e "Meu bem", versão sua para "Girl", da
mesma dupla. Manuel Carlos e Agnaldo Rayol assistiram ao programa e o
convidaram para se apresentar no "Corte-Rayol Show", programa de
grande audiência exibido pela TV Record de São Paulo. Interpretou na ocasião
outra música de Lennon e McCartney, "Michele", obtendo grande
êxito. Ainda em 1965, lançou seu
primeiro disco, por intermédio de João Araújo, pai de Cazuza, então diretor
artístico da Philips. Acompanhado por Maritza Fabiani, Cláudio Faissal e
Brazilian Beatles, gravou as duas músicas dos Beatles que havia apresentado no
"BBC no Rio". Logo ganhou o
epíteto de Pequeno Príncipe e seu sucesso o levou a ganhar, no ano seguinte,
programa próprio na televisão. Produzido por Solano Ribeiro, "O Pequeno
Mundo de Ronnie Von" foi exibido pela TV Record e nele estrearam Os
Mutantes. Naquele ano lançou seu primeiro LP, "Pequeno Príncipe",
cujo maior sucesso foi a faixa título, de autoria de Tommy Standen e Fred
Jorge. Tal foi o êxito nesse período, que acabou recebendo o Prêmio Roquete
Pinto, como revelação do ano, e assinou contrato com a Agência de Publicidade
Jovem Guarda, para comercializar produtos com seu nome. Em 1967, obteve novo
êxito com a música "A praça", de Carlos Imperial, gravada em disco
homônimo. Apesar do fim do movimento da Jovem Guarda, manteve-se em evidência
nos anos 70, fazendo sucesso com canções como "Minha gente amiga",
composição sua com Antônio Pedro Costa, sucesso de 1971. Seu principal parceiro
desse período foi Tony Osanah, ex-guitarrista e cantor do grupo Beat Boys. Dele
gravou em 1972 o sucesso "Cavaleiro de Aruanda", e também obteve
êxitos nas parcerias "Deus sul-americano", de 1973, e "Tranquei
a vida", de 1977. Outros parceiros seus foram Terry Winter, Arnaldo Sacomani
e Sam Martim. Ao longo das décadas de
1980 e 1990 continuou a se apresentar em programas de televisão e shows,
estrelando novamente um programa de variedades na TV Record. Em 1995,
participou da gravação do CD duplo ao vivo "O novo de novo", em
homenagem aos trinta anos da Jovem Guarda. Lançou também uma autobiografia
intitulada "Mãe de gravata". Sem gravar desde 1996, em 2003, comandou
um programa semanal de variedades na TV Record. Em seguida passou a apresentar
com grande sucesso na TV Gazeta de São Paulo o programa "Todo seu".
Em 2007, três de seus discos foram relançados em CDs remasterizados, contendo
encartes com comentários seus a respeito daqueles trabalhos. Foram relaçados os
discos "Ronnie Von", de 1966, sobre o qual fez cometários como:
"Meu bem": Foi ela que começou tudo. É a única que salvo no disco.
"You've to hide your love away": Pela importância histórica. Foi a
primeira música que gravei na vida. Aliás, ela era o lado A do compacto que
trazia "Meu bem" no lado B. Já sobre o disco "Ronnie Von",
de 1969, comentou, entre outras coisas:
"Espelhos quebrados": O arranjo é maravilhoso, baseado em
"Eleanor Rigby". E gosto muito dos vidros quebrados no início.
"Meu povo cantar": Diz tudo, explica aquele momento: "Eu não sei
de onde venho e nem para onde vou/Ninguém me escuta e eu não sei quem
sou". Finalmente, foi relançado também em CD o LP "A máquina
voadora", de 1970, sobre o qual o cantor afirmou: "Seu olhar no
meu": As pessoas devolviam o disco achando que estava com defeito, pelos
tremolos exagerados que uso ali. E sobre "Viva o chop duplo":
"Estava bebendo, e um cara foi atropelado na minha frente. A letra fala
disso, que a vida acaba na avenida. Mas celebro: "Viva o chop duplo".
Esses discos foram relançados devido ao sucesso alcançado pelo LP lançado em
1969, com arranjos do maestro Damiano Cozzela, que influenciou Rogério Duprat,
unindo martelada em piano, diálogo telefônico, letras surrealistas e vidros
quebrados, além de arranjos com metais e cordas que, embora fosse fracasso de
vendas na época em que foi lançado, tornou-se cult com o tempo e ganhou edições
piratas na Europa e nos Estados Unidos, sendo vendido inclusive por pequenas
fortunas. Em 1994, lançou o livro "Mãe de gravata", que virou
programa de televisão, voltado para o público feminino, apresentado por ele
próprio entre 1999 e 2000, na TV Gazeta. Nos anos 2000, atraiu a atenção de
novas bandas e algumas de suas músicas foram gravadas novamente como
"Silvia: 20 horas, domingo", pelo grupo gaúcho Video Hits, e o
tributo "Tudo de novo", com bandas jovens cujas gravações foram
disponibilizadas via internet. A partir de 2004, passou a apresentar o programa
noturno diário "Todo seu", na TV Gazeta. Até 2013, negando ter feito
parte da Jovem Guarda, apresentou cerca de 13 programas de televisão diferentes.
Segundo o pesquisador e escritor Marcelo Fróes, "Ronnie é uma figura
singular na música brasileira, absolutamente genial."
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