As informações sobre o cantor
e compositor Naire, reproduzidas a seguir, foram extraídas do domínio Rádio
Boca Livre. O BRASIL DE DENTRO não encontrou disponível na internet conteúdo
mais relevante sobre esse artista tão talentoso e desconhecido. Sem dúvida,
será um grande achado para você, caro internauta. Vamos tirar NAIRE da gaveta!
Leiam o texto:
“Há cinco anos criamos a
Rádio Boca Livre (www.radioweb.bocalivre.org). Depois de um ano de atividade
ininterrupta tocando sempre o melhor da música brasileira recebi do meu amigo
Sidnei (pesquisador de música de raiz residente em Goiânia) um DVD reunindo somente
música goiana ligada a MPB. Lá estava o disco do cantor e compositor goiano
chamado Naire. Até então eu imaginava que não tinha o menor conhecimento desse
artista. Ouvindo disco constatei que na minha tenra infância em Jataí (Goiás)
no início da década de setenta eu tinha ouvido algumas músicas na Rádio
Difusora de Jataí (AM), dentre elas: 15 Anos, Ave Maria e, claro, Companheiro.
O País vivia uma grande
efervescência cultural na virada dos anos setenta e a incipiente MPB revelava
mais de uma centena de grandes cantores, compositores,arranjadores e
instrumentistas. E não é que o goiano Naire conseguiu emplacar vários sucessos
nacionais em seu primeiro e, lamentavelmente, único disco. Ele com certeza
marcou a trajetória de muita gente por esse imenso Brasil.
Agora, 36 anos depois do
lançamento desse disco o compositor volta a ser lembrado com a sua música ‘Companheiro’
colocada como tema de abertura da nova novela das seis da Rede Globo intitulada
Araguaia. O que é absolutamente lamentável é o desprezo da TV Globo pelos
cantores e compositores que contribuem com as trilhas sonoras das aberturas de
suas novelas. Nesta, pra não fugir à regra, não consta nos créditos o nome da
música, nem o nome da cantora e, muito menos, o nome do compositor do tema de abertura.
Lamentável!!!
A primeira gravação de ‘Companheiro’
foi feita por Naire num compacto simples lançado pela RGE no início dos anos
setenta. Só em 1974 ele conseguiria gravar o seu primeiro e único disco.
Um detalhe curioso no
primeiro disco do Naire é a presença ilustre de Paulinho Tapajós na época já
consagrado como um grande cantor e compositor no cenário musical brasileiro. O
disco reúne oito composições feitas em parceria entre Naire e Paulinho Tapajós
e participação vocal de Tapajós nas músicas ‘15 anos’ e ‘Duas Irmãs’. Destaque
para ‘15 Anos’ que fez grande sucesso e ‘Paz de Penedo’, minha música favorita
no disco. Outra curiosidade foi a gravação de ‘Ave Maria’, parceria do grande
Roberto Menescal e Paulinho Tapajós que também fez sucesso na interpretação de
Naire.
Quem desejar conhecer um
pouco mais da história do Naire deverá recorrer ao livro MPB em Goiás –
compositores dos anos 70 (1ª parte) escrito pelo meu amigo Reny Cruvinel
(jornalista e músico integrante do Grupo Essência de Goiânia). No lançamento do
livro foi realizado um show com participação de vários artistas goianos
interpretando as canções que foram levantadas na pesquisa do Reny. Foi a partir
do show que surgiu a ideia de produzir um CD com a músicas historicizadas no
livro. Inclusive, a gravação de ‘Companheiro’ com Maria Eugênia que está na
abertura da novela Araguaia está nesse CD. Caso alguém se interessar na
aquisição do livro entre em contato com o autor pelo e-mail:
renycruvinel@gmail.com
Há tempos eu encontrei num
deses blogs que postam músicas uma crítica super favorável a este disco do
Naire publicada no Jornal Estado do Paraná em 05/05/1974. Hoje tive que ‘navegar’
bastante para reencontrá-la. Ela esta postada no site Toque Musical:
http://toquemusical.wordpress.com/2007/10/20/naire-1974
Lá você poderá linkar o ‘Tablóide
Digital’ e encontrar a postagem original da crítica que me refiro e que
publicarei aqui. Mas fiz questão de publicar também o texto introdutório do
responsável pelo site que postou o disco do Naire para ser baixado.
‘Não faz muito tempo, logo
que surgiu o Orkut, em uma comunidade de vinil raro em que eu fazia parte,
recebi de um amigo um arquivo zipado deste disco. Fiquei muito impressionado
com o trabalho do artista que até então eu não conhecia. Infelizmente no
arquivo não incluía o encarte nem qualquer outra informação. Depois de muito
procurar, acabei achando a capa em um blog de um japonês. Como era muito
pequena a imagem e de pouca resolução, deixei no comentários o pedido uma cópia
da capa. (Se tem uma coisa que acho o fim da picada são esses blogs de música
que não incluem a arte, ou quando o fazem é de maneira grosseira. Não dá nem
tesão de ouvir o disco.) Depois de alguns meses, recebo um e-mail com a tal
capinha (infelizmente não tão boa quanto eu esperava). De qualquer forma, acho
que chegou a hora de postá-lo. Não vou indicar o blog do japa porque ele assim
o quer. Como se trata de um álbum um tanto obscuro, pouca coisa se tem a seu
respeito na rede. Só mesmo visitando o “Tablóide Digital”, um blog que reúne
textos publicados do jornalista Aramis Millarch, para conseguir a informação
que repasso neste toque para vocês. Segue a baixo o artigo dele, publicado no
Jornal Estado do Paraná em 05/05/1974. É nessas horas que a gente entende a diferença
entre notícia e informação. Salve o Armis!’ (Toque Musical)
Conheçam Naire…. com atenção!
Afinal aconteceu a primeira
revelação do ano. Ele se chama Naire, simplesmente, e está chegando num
excelente lp da RGE (303.023, março/74), que infelizmente esqueceu de
distribuir um press-release para informar quem é o moço, de onde veio, o que
pensa. Mas o que afinal não diminui o impacto de sua estréia. Produzido por J.
Shapiro, com direção artística de Toninho Paladino e arranjos de Luiz Cláudio
Ramos, Naire gravou este seu primeiro disco nos estúdios da CBS, na GB, com a
participação de um grupo de bons músicos: Antonio Adolfo, Mamão, Chacal,
Chiquinho, Alexandre, Luiz Claudio, Chiquinho do Acordeon, Batô, Laudir,
Fernando Leporace, Pascoal e Franklim (flauta).
O repertório não poderia ser
melhor: Naire abre com uma das músicas que consideramos das melhores de 73 ‘15
anos’, que compôs em parceria com Paulinho Tapajós e que na Phono – 73 foi
defendida por Nara Leão. Uma letra sensível e inteligente, que se apropriou
perfeitamente a Nara Leão, que dela nos falou de entusiasmo quando aqui esteve
no ano passado. Paulinho Tapajós é aliás o grande amigo e parceiro e de Naire,
participando inclusive de duas faixas: “Duas Irmãs” e ‘Quinze Anos’. Juntos
fizeram para este lp as faixas ‘Menestral das Cabras’ (com um leve toque de Zé
Rodrix e seu rock rural), ‘Um dia Azul de Abril’ e, ‘Bendito Seja’, ‘A Donzela’,
‘Paz de Penedo’, ‘Duas Irmãs’ e ‘Feliz Feliz’. Com Tiberio Gaspar, Naire compôs
‘Companheiro’, ‘Chá de Jasmim’ e ‘Passeio Público’. Exclusivamente sua é ‘A
Vida é Agora’. E o inspirado ‘Ave Maria’ de Roberto Menescal - Paulinho Tapajós
é a única faixa que não teve sua participação como autor.
Voz suave, personalíssima,
arranjos agradáveis e sobretudo o bom gosto dos arranjos e competência dos
músicos escolhidos para acompanhá-lo nas 13 faixas deste lp digno, honesto e
sensível. Anotem o nome de NAIRE. Ou melhor: comprem o seu disco. Vale os Cr$
32,00 que custa. (Aramis Millarch)
Abaixo a relação das músicas
contidas no disco:
01 – 15 Anos (Naire -
Paulinho Tapajós) – Participação vocal de Paulinho Tapajós
02 – O Menestrel das Cabras
(Naire - Paulinho Tapajós)
03 – Um Dia Azul de Abril
(Naire - Paulinho Tapajós)
04 – Companheiro (Naire -
Tibério Gaspar)
05 – Bendito Seja (Naire -
Paulinho Tapajós)
06 – Ave Maria (Roberto
Menescal - Paulinho Tapajós)
07 – Chá de Jasmim (Naire -
Tibério Gaspar)
08 – Donzela (Naire -
Paulinho Tapajós)
09 – Paz de Penedo (Naire -
Paulinho Tapajós)
10 – Passeio Público (Naire -
Tibério Gaspar)
11 – A Vida é Agora (Naire)
12 – Duas Irmãs (Naire -
Paulinho Tapajós) – Participação vocal de Paulinho Tapajós
13 – Feliz Feliz (Naire -
Paulinho Tapajós)”
Rádio Boca Livre
Eu sou Juliana Veras, compositora, cantora, parceira musical do Naire. Essa matéria é antiga, mas hoje digo que Naire está bem, na ativa e hoje se dedica à música terapêutica, sem deixar de lado a música popular também. Ele também possui um canal no YouTube chamado "Naire Siqueira", em que ele mostra as canções desse disco de 1974 e também as inéditas. Vale a pena ouvir!
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