Antônio José Santana Martins
(Irará, 11 de outubro de 1936), mais conhecido como Tom Zé, é um compositor,
cantor e arranjador brasileiro.
É considerado uma das figuras
mais originais da música popular brasileira, tendo participado ativamente do
movimento musical conhecido como Tropicália nos anos 1960 e se tornado uma voz
alternativa influente no cenário musical do Brasil. A partir da década de 1990
também passou a gozar de notoriedade internacional, especialmente devido à
intervenção do músico britânico David Byrne. Tom é torcedor fanático do
Corinthians, tanto é que, em 1990, fez uma música em homenagem ao jogador Neto,
o Xodó da Fiel, em alusão à sua não convocação para a Seleção Brasileira que
disputaria a Copa do Mundo de 1990.
Vida
Nascido em uma família
abastada por conta de um bilhete premiado de loteria, Tom Zé passa a primeira
infância no sertão baiano na sua cidade natal Irará. Depois transfere-se para
Salvador para seguir estudos ginasiais. Mais tarde, ele diria que sua cidade
natal era "pré-Gutenberguiana", pois sua música era transmitida por
comunicação oral.
Adolescente, passa a se
interessar por música e estuda violão. Tem alguma experiência tocando em
programas de calouros de televisão nos anos 1960, e acaba entrando para a
Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, que tem entre seus
professores na época Ernst Widmer, Walter Smetak e o dodecafonista Hans Joachim
Koellreutter.
Inspirou sua atuação como
artista na figura do "homem da mala". O homem da mala era um
personagem muito recorrente no interior do Brasil, tratava-se de mercadores que
viajavam pelas cidades vendendo produtos variados. Como estratégia para melhorar
as vendas, esses homens promoviam verdadeiros shows em praça pública, onde
demonstravam a utilidade de seus produtos. Tom Zé conta que ficava maravilhado
ao ver como o "homem da mala" era capaz de transformar um local comum
em um palco improvisado e colocava-se como artista diante de uma plateia
popular amparado apenas por sua capacidade de improviso e de entreter os outros
através de narrativas.
Na mesma época, se alia a
Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia e Djalma Corrêa no
espetáculo Nós, Por Exemplo nº 2, no Teatro Castro Alves, em Salvador. Com o
mesmo grupo, vai a São Paulo encenar Arena Canta Bahia, sob a direção de
Augusto Boal, e grava o álbum definidor do movimento Tropicalista, Tropicália
ou Panis et Circensis, em 1968.
Em 1968, leva o primeiro
lugar no IV Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, com a canção
"São Paulo, Meu Amor".
Tom Zé foi de grande
importância para a construção do movimento. Inclusive, chegou a dar aulas de
música para Moraes Moreira, que viria a formar a banda Novos Baianos.
Como é notável no seu disco
de 1968, "Grande Liquidação", Tom Zé carregava fortes traços
tropicalistas em suas canções e era também um dos expoentes do movimento, tendo
inclusive participado do disco "Tropicália ou Panis et Circensis".
Porém, por desencontros e desentendimentos, acabou se afastando do
tropicalismo, de onde sua imagem foi sendo aos poucos apagada. Tom Zé chegou a
ser chamado de "Trótski do tropicalismo", em referência ao marxista
cuja participação na Revolução Russa foi apagada durante o gorverno stalinista.
Passou a década de 1970 e
1980 avançando ainda mais seu pop experimental em álbuns relativamente
herméticos, sem atrair a atenção do grande público. No final dos anos 1980, é
"descoberto" pelo músico David Byrne (ex-Talking Heads), em uma
visita ao Rio de Janeiro, que lança sua obra nos Estados Unidos, para grande
sucesso de crítica. Lentamente sua carreira vai se recuperando e Tom Zé passa a
atrair platéias da Europa, Estados Unidos e Brasil, especialmente após o
lançamento do álbum Com Defeito de Fabricação, em 1998 (eleito um dos dez
melhores álbuns do ano pelo The New York Times). Tom Zé compôs, na década de
1990, música para balés do Grupo Corpo.
Em 2006 foi lançado o filme
Fabricando Tom Zé, um documentário de Décio Matos Jr, sobre a vida e obra do
músico.
Recebi o link do seu blog por e-mail e vim conhecer, é incrível!
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho e compartilhamentos, obrigada :-)
O BRASIL DE DENTRO agradece, Maria Beatriz. Você aceita o convite de Boldrin? Vamos tirar o Brasil da gaveta? Um grande abraço.
Excluirtem gente que vira lobisomen, dizem. vira saci, vira mendigo, vira bodum bebum... e por aí vai. Tom Zé virou niilista, caótico...?
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