
Alexandre Manuel Thiago de
Mello ou Manduka (Brasil, 1952-17 de outubro de 2004), foi um músico e artista
plástico brasileiro. Filho do poeta amazonense Thiago de Mello, foi um expoente
do rock nacional, tendo um estilo que transitava do rock ao tropicalismo.
Gravou com o grupo chileno, Los Jaivas.
Os anos de exílio
Em 1971, foi convidado pelo
cineasta Glauber Rocha para participar, como ator e compositor, de A Estrela do
Sol, filme que, embora inacabado, registrou a realidade do exílio.
Na capital chilena, conheceu
Geraldo Vandré, com quem compôs uma série de canções intitulada Pátria Amada
Idolatrada Salve-Salve, uma das quais, na interpretação de Soledad Bravo,
venceu o Festival de Aguadulce, realizado em Lima em 1972. Nesse ano, lançou,
pela RCA Victor, seu primeiro LP, Brasil 1500.
Em 1973, publicou, no Chile, o livro Los Burros Negros, e iniciou uma trajetória que o levou à Argentina, onde compôs, com Augusto Boal, a trilha musical da peça A Tempestade'', uma adaptação feita a partir do original de William Shakespeare.
Em seguida, residiu na
Venezuela e depois viajou para a Europa, vivendo na Alemanha, França e Espanha,
países onde gravou discos e publicou livros. São dessa época os LPs Manduka,
Manduka e Naná Vasconcelos, Brasil, Caravana e Los sueños de America.
Volta ao Brasil
Em 1979, retornou ao Brasil,
lançando, nesse ano, o LP Manduka, primeiro gravado em sua terra natal.
No ano seguinte, venceu o
Festival Internacional da Canção da TV Tupi, com a música Quem me levará sou eu
(c/ Dominguinhos), interpretada por Raimundo Fagner. A música obteve bastante
sucesso.
De 1978 a 1982, realizou
apresentações musicais pelo Brasil, com o Projeto Pixinguinha, e ao lado de seu
pai, o poeta Thiago de Mello. Nessa época, passou a dedicar-se mais
assiduamente às artes plásticas.
Compôs a trilha de Amazônia,
Pátria da Água, dirigido por Washington Novaes para a série Globo Repórter
(Rede Globo), escolhido nos Estados Unidos como o melhor programa cultural
latino-americando de 1982. Ainda neste ano, foi convidado para representar o
Brasil em um encontro de músicos realizado na Cidade do México, ao lado de
artistas relevantes no cenário sul-americano, como Mercedes Sosa, Omara
Portuondo, Silvio Rodrigues e Pablo Milanés, entre outros.
Residiu durante seis anos no
México, onde prestou assessoria cultural à Embaixada do Brasil e publicou o
livro La Pequeníssima História de La Musiquíssima Brasileña, realizando um
circuito de conferências pelas universidades mexicanas. Ainda no México, a
convite do Embaixador José Guilherme Merchior, realizou a exposição de desenhos
intitulada Dibujos de mùsico.
Em 1986, a convite de Pablo
Milanés, viajou para Cuba, onde gravou o LP Sétima vida, também lançado no
México.
Voltou para o Brasil em 1988.
Compôs parte da trilha sonora
para Inconfidência Mineira, também para o programa Globo Repórter.
Como artista plástico,
realizou mostras e ilustrou os livros "O povo sabe o que diz",
"Borges na luz de Borges" e "De uma vez por todas", de
Thiago de Mello, e "Grafitos nas nuvens", de Cassiano Nunes.
Anos 90
Entre 1990 e 1997,
desenvolveu o projeto de sua autoria "Conversas Brasileiras", levando
músicos, artistas, pensadores, desportistas, escritores e poetas brasileiros a
dialogar com a juventude universitária de Brasília e das regiões Norte e Nordeste
do Brasil.
Paralelamente ao projeto
universitário, lançou o livro de poemas De algo pro vinho e gravou o CD
Terceira asa (edição limitada patrocinada pela Telebras), além de ter
registrado em estúdio sua parceria com Dominguinhos, material que permanece
inédito.
Em 2002, participou, com três
canções, da trilha sonora do documentário Rocha que voa, de Eryk Rocha, e
assinou a trilha sonora dos documentários Se é pra dizer adeus, de Ana Helena
Nogueira e José Lins do Rêgo, do cineasta Vladimir Carvalho, esse último em
andamento até este ano. Também em 2002, participou do documentário Glauber,
labirinto do Brasil, de Sílvio Tendler, e deu continuidade ao ciclo de
conferências Conversas Brasileiras, no circuito universitário brasileiro.
Trabalho como artista
De 1997 a 2001, privilegiou
seu trabalho como artista plástico, área na qual teve reconhecimento de
artistas e críticos, como Ferreira Gullar.
Desenvolveu estudos de fusão
de sua técnica em desenhos (bico-de-pena com lápis de cor e pastel seco) aliada
à tecnologia digital, visando a realização de uma mostra itinerante de seus
desenhos reproduzidos em grandes peças em banners.
Discografia
(1996) Terceira asa •
Independente • CD
(1989) Os estatutos do homem.
Manduka e Thiago de Mello • Edições Paulinas • LP
(1986) Sétima vida. Manduka e
Pablo Milanês • Egrem (Cuba)/Polydor (México) • LP
(1986) Eterna • Independente
(México) • LP
(1979) Manduka • CBS • LP
(1978) Caravana • Le Chant du
Monde (França) • LP
(1978) Los sueños de America.
Manduka e Los Jaivas • Movieplay (Espanha) • LP
(1976) Brasil • Edigsa
(Espanha) • LP
(1975) Manduka e Naná
Vasconcelos • Le Chant du Monde (França) • LP
(1974) Manduka • CBS
(Argentina) • LP
(1972) Brasil 1500 • IRT/ILS (Chile) • LP
Manduka foi parceiro de muitos músicos brasileiros, além ter composto belíssimas canções com Dominguinhos.
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