José
Ramalho Neto (Brejo do Cruz, 3 de outubro de 1949), mais conhecido como Zé
Ramalho, é um cantor, compositor e músico brasileiro. Em outubro de 2008, a revista
Rolling Stone promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira,
cujo resultado colocou Zé Ramalho na 41ª posição. Pelo lado paterno, é primo da
também cantora Elba Ramalho.
JUVENTUDE
José
Ramalho Neto nasceu em 3 de outubro de 1949 na cidade de Brejo do Cruz, no
sertão da Paraíba, no Brasil, a 380 quilômetros da capital, João Pessoa, filho
de Estelita Torres Ramalho, uma professora do ensino fundamental, e Antônio de
Pádua Pordeus Ramalho, um seresteiro. Quando tinha dois anos de idade, seu pai
se afogou em uma represa do sertão, e passou a ser criado por seu avô. A relação
entre os dois seria mais tarde homenageada na canção "Avôhai". Após
passar a maior parte da sua infância em Campina Grande, sua família se mudou
para João Pessoa. Esperava-se que ele se formasse em Medicina.
Assim
que a família se estabeleceu em João Pessoa, ele participou de algumas
apresentações de Jovem Guarda, sendo influenciado por Renato Barros, Leno e
Lílian, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Golden Boys, Beatles, Rolling Stones,
Pink Floyd e Bob Dylan.
Em 1974,
seu primeiro filho com Ízis, Christian, nasceu.
Antes de
compor, ele escrevia versos de cordel.
CARREIRA
Os primeiros trabalhos: 1974-1975
Em 1974,
ele tocou na trilha sonora do filme Nordeste: Cordel, Repente e Canção, de
Tânia Quaresma. Na época, passou a misturar as suas influências: de Rock
"n" Roll a forró. Um ano depois, gravou seu primeiro álbum, Paêbirú,
com Lula Côrtes na gravadora Rozenblit. Hoje em dia, as cópias desse disco
valem muito por serem raras.
Começo da carreira: 1975-1984
Em 1976,
mudou-se para o Rio de Janeiro.
Em 1977,
gravou seu primeiro álbum solo, Zé Ramalho. No próximo ano, seu segundo filho,
Antônio, nasceu.
Em 1979,
veio o terceiro filho, João, fruto de sua relação com a cantora Amelinha, e
também o segundo álbum, A Peleja do Diabo com o Dono do Céu. Ainda neste ano,
produz o álbum 20 Palavras ao redor do Sol, primeiro trabalho de Cátia de
França. Mudou-se para Fortaleza em 1980, onde escreveu seu livro Carne de
Pescoço. O terceiro álbum A Terceira Lâmina, foi lançado em 1981, ano em que
nasceu sua primeira filha, Maria Maria; logo após, veio o quarto disco, Força
Verde, em 1982.
Em 1983,
após o lançamento do quinto álbum, Orquídea Negra, terminou sua relação com
Amelinha Collares. Depois de gravar Pra Não Dizer que Não Falei de Rock (também
conhecido como Por Aquelas que Foram Bem Amadas), no início do ano de 1984,
casou com Roberta Ramalho, com quem é casado até hoje.
Acusação de plágio
Zé
Ramalho foi acusado na edição da revista Veja de 21 de julho de 1982 de plagiar
na letra da canção "Força Verde", um texto de William Butler Yeats
utilizado como introdução pelo roteirista Roy Thomas numa revista em quadrinhos
do Hulk publicada no Brasil 10 anos antes pela GEA.
Queda na popularidade: 1985-1990
Os anos
80 seriam palco de uma queda no sucesso de Zé Ramalho, com o lançamento dos
álbuns De Gosto de Água e de Amigos (1985), Opus Visionário (1986) e Décimas de
um Cantador (1987). Uma possível causa dessa fase ruim seria o uso de
experimentalismo na música. Em 1990 e 1991, ele tocou nos Estados Unidos para
um público brasileiro.
De volta ao sucesso: 1991-2001
Em 1991,
sua única irmã, Goretti, morreu. Ainda assim, gravou seu décimo primeiro álbum,
Brasil Nordeste (que continha regravações de músicas típicas nordestinas) e
voltou ao seus tempos de sucesso. A canção "Entre a Serpente e a Estrela"
foi utilizada na trilha sonora da novela Pedra Sobre Pedra. Em 1992, teve seu
quinto filho, José, (o primeiro com Roberta), fato que foi seguido pelo
lançamento do álbum Frevoador. Em 1995, nasceu a segunda filha: Linda.
Em 1996,
gravou o álbum ao vivo O Grande Encontro com Elba Ramalho e os famosos nomes da
MPB Alceu Valença e Geraldo Azevedo. No mesmo ano, lançou o álbum Cidades e
Lendas.
O
sucesso de O Grande Encontro foi grande o suficiente pra que Zé Ramalho
decidisse gravar uma nova versão de estúdio em 1997, desta vez sem Alceu
Valença. O álbum vendeu mais de 300.000 cópias, recebendo os certificados ouro
e platina.
Para
celebrar seus vinte anos de carreira, lançou o CD Antologia Acústica. A
gravadora Sony Music também lançou uma box set com três discos: um de
raridades, um de duetos e um de sucessos. A escritora brasileira Luciane Alves
lançou o livro Zé Ramalho – um Visionário do século XX.
Antes do
fim do milênio, um outro sucesso Admirável Gado Novo (primeiramente lançado no
álbum A Peleja do Diabo com o Dono do Céu) foi usado como tema do líder sem
terra Regino, personagem emblemático de Jackson Antunes na novela O Rei do
Gado. Ele também lançou o álbum Eu Sou Todos Nós, seguido do Nação Nordestina,
sendo que nesse último a música nordestina foi novamente explorada. O álbum foi
indicado para o Latin GRAMMY Award de Melhor Álbum de Música Regional ou de
Origem Brasileira.
O
primeiro trabalho do século XXI foi o álbum tributo Zé Ramalho Canta Raul
Seixas, com regravações de canções do músico baiano. Dividiu o palco com Elba
Ramalho no Rock in Rio III. Em 2002, a Som Livre lança um CD de grandes
sucessos chamado Perfil, parte da série Perfil. Também em 2002, veio o décimo
sétimo álbum, O Gosto da Criação.
Em 2003,
Estação Brasil, um álbum com várias regravações de canções brasileiras e uma
inédita foi lançado. Fez uma participação especial na faixa
"Sinônimos" do álbum Aqui Sistema é Bruto, de Chitãozinho & Xororó.
Em 2005,
gravou seu único álbum solo ao vivo, Zé Ramalho ao vivo. Seu mais recente álbum
de inéditas Parceria dos Viajantes, foi lançado em 2007 e indicado para o Latin
GRAMMY de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira.
Em 2008,
um álbum de raridades chamado Zé Ramalho da Paraíba foi lançado pela
Discoberta, seguido de um novo álbum de covers Zé Ramalho Canta Bob Dylan - Tá
Tudo Mudando, homenageando o músico americano.
Em 2009,
um novo álbum de covers Zé Ramalho Canta Luiz Gonzaga foi lançado para homenagear
o músico pernambucano.
Em 2010,
continuou homenageando suas influências com o álbum Zé Ramalho Canta Jackson do
Pandeiro.
Seu
trabalho mais recente de covers é o álbum Zé Ramalho Canta Beatles, lançado em
agosto de 2011, com regravações do Fab Four. É o seu quarto álbum de covers em
três anos.
Em 2012,
lançou o seu primeiro disco de inéditas em cinco anos, Sinais dos Tempos, por
meio de sua nova gravadora própria, Avôhai Music.
No dia
22 de setembro de 2013, tocou ao lado da banda de metal Sepultura no palco
Sunset do Rock in Rio 2013, no espetáculo que foi chamado de
"Zépultura". O show foi bastante elogiado pela crítica, e agradou ao
público presente. Vale lembrar que essa parceria já havia acontecido anteriormente,
quando eles gravaram juntos a canção "A Dança das Borboletas" que fez
parte da trilha sonora do filme Lisbela e o Prisioneiro (2003).
Em
Novembro de 2014, Zé lançou um álbum ao vivo colaborativo com o cantor e
violonista Fagner, intitulado Fagner & Zé Ramalho Ao Vivo.
No ano
de 2017, lança Atlântida, álbum que recupera um show de 1974, quatro anos antes
de Zé Ramalho se tornar um sucesso. Em 2019, edita o CD Cine Show Madureira
(1979), em parceria com o selo Discobertas, de Marcelo Froés.
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