Nascida
a 23 de Fevereiro de 1976, na África do Sul, Katia Guerreiro vai, ainda
criança, para a ilha de S. Miguel, nos Açores. É com a idade de 15 anos, a
tocar a “Viola da Terra” - um instrumento tradicional do Arquipélago – no
Rancho Folclórico de Santa Cecília, que dá início ao seu percurso musical.
Lisboa é o seu próximo destino, onde frequenta o curso de Medicina, que termina
em 2000. Mas mantém sempre uma intensa ligação à música durante estes anos
académicos, como vocalista de uma banda de rock dos anos 60.
A
sua carreira como fadista tem início em 2000, com a sua presença no concerto de
homenagem a Amália Rodrigues, no Coliseu de Lisboa. Público e crítica rendem-se
à sua interpretação de Amor de Mel, Amor de Fel e de Barco Negro,
considerando-a a melhor actuação da noite.
No
ano seguinte (2001), edita FADO MAIOR, o seu primeiro CD, que chega a Disco de
Prata, é nomeado para o Prémio José Afonso e pioneiro na Coreia do Sul, onde
entra para o top de vendas.
NAS
MÃOS DO FADO é o seu segundo CD, lançado no mercado em Dezembro de 2003. Katia
selecciona para esta obra um repertório rico e cuidado, privilegiando a poesia
dos maiores nomes da literatura portuguesa, entre os quais se destacam Luís de
Camões, Florbela Espanca, Ary dos Santos e António Lobo Antunes. É novamente
nomeada para o Prémio José Afonso.
Reconhecendo
em Katia Guerreiro um valor incontornável da música portuguesa, a cadeia
japonesa de televisão NHK faz deslocar a Portugal uma equipa de jornalistas, e
produz um documentário de uma hora à sua vida e à sua carreira. Também o
prestigiado canal cultural francês TV Mezzo produz, em 2004, um filme que lhe é
inteiramente dedicado. Ainda em 2004, , Katia brinda a França e o Japão com dez
actuações em cada um dos países.
Nas
comemorações do 30º aniversário da Revolução de Abril, Katia Guerreiro é uma
das 30 personalidades distinguidas entre as que se notabilizaram, nas mais
diversas actividades, nestas primeiras décadas da democracia portuguesa.
Em
Outubro do mesmo ano, Katia Guerreiro lança no mercado o seu terceiro CD TUDO
OU NADA, com poemas de Vinicius de Moraes, Sophia de Mello Breyner e António
Lobo Antunes, entre outros. Conta ainda com a presença do pianista Bernardo
Sassetti, que a acompanha na faixa “Minha Senhora das Dores”.
Igualmente
no decurso deste ano, Katia recebe um convite para inaugurar uma nova Sala de
Concertos em Berna, na Suiça, e também para um espectáculo na Ópera de Lyon, em
França.
Participa
ainda, a convite do Ministro da Cultura e Comunicação de França, Mr. Donedieu
de Vabres, nos RENCONTRES POUR L’EUROPE DE LA CULTURE, realizados na Comédie
Française, em Paris, a par com grandes nomes da cultura europeia e mundial,
tais como Tereza Berganza, Jeanne Moreau, Costa Gavras, Barbara Hendricks.
Katia termina a sua intervenção – que inclui um discurso na sua própria língua
– com um aplaudidíssimo fado cantado « a capella », como ilustração deste
género musical. A sua eloquente defesa da identidade cultural de cada estado membro
da União Europeia vale-lhe a nomeação, no ano seguinte, de Membro do Parlamento
Europeu da Cultura.
A
convite do Director do Centro Cultural Fundação Calouste Gulbenkian de Paris,
Katia apresenta nesta instituição uma Conferência/Concerto denominada O FADO (o
primeiro evento do género, para este tipo de música), com o musicólogo e
Professor da Universidade de Évora, Ruy Vieira Nery.
Como
corolário da excelência do seu trabalho recebeu, em Fevereiro de 2006, o prémio
PERSONALIDADE FEMININA 2005, disputado pelos nomes mais importantes do panorama
musical português, sendo considerada “uma das mais bonitas vozes da
actualidade, aliada a uma invulgar capacidade vocal”.
Em
Outubro 2008 é lançado um novo álbum de originais de nome FADO, com os seus
músicos de sempre e o habitual rigor no critério de escolha das letras.
Em
Dezembro de 2009 edita OS FADOS DO FADO, um álbum em que recria alguns dos mais
célebres fados dos reportórios de Tony de Matos, Max, Tristão da Silva,
Hermínia Silva, Teresa Silva Carvalho, João Ferreira-Rosa e, claro, Amália
Rodrigues.
Desde
2005 tem colaborado com várioas orquestras sinfónicas e em 2010, faz uma
digressão em 10 cidades francesas com L’Ensemble Basse-Normandie, que, não
sendo indiferente ao seu talento e ao seu sucesso em França, a convida para um
projecto em conjunto.
Em
Maio de 2010 - ano em que celebra os seus dez anos de carreira artística -
Katia recebe o prémio de "Melhor Intérprete" da Fundação Amália
Rodrigues, que atribui anualmente os Prémios Amália. Após um ano intenso de concertos
por todo o mundo, incluindo uma digressão em 10 cidades norueguesas, as
comemorações do 10º aniversário de carreira culminam com dois espectáculos
grandiosos: em Lisboa, no Coliseu dos Recreios, e em Paris, no Alhambra, e com
a edição do álbum duplo, 10 ANOS- NAS ASAS DO FADO, onde reúne os melhores
momentos da sua discografia e inclui duetos originais com vários artistas.
Nos
anos seguintes, Katia Guerreiro continua a ver o seu talento reconhecido no
estrangeiro, sendo convidada para representar Portugal em importantes festivais
de música, como “Arts Alive”, na África do Sul, “Voix de Femmes”, em Marrocos,
“Festival Internacional de Dança e Música de Banquecoque”, na Tailândia , entre
outros.
Em
Janeiro de 2012, pisa pela primeira vez o palco do mítico do Olympia em Paris,
com sala esgotada. Um espectáculo que deu origem ao seu primeiro CD/DVD ao vivo
"Katia Live at the Olympia", editado em 2013.
Em
Dezembro de 2013, Katia Guerreiro é a artista portuguesa convidada para actuar
no 50º Aniversário da Europa Nostra, no Palais-de-Beaux-Arts em Bruxelas, sendo
aplaudida de pé pelo maestro Plácido Domingo.
Ainda
nesse mês, é condecorada pelo Governo Francês, com a Ordem de Artes e Letras,
no Grau Chevalier, que a reconheceu como uma das mais notáveis representantes
da cultura portuguesa em todo o mundo e uma das mais brilhantes cantoras da sua
geração.
Em
2014, no mês de Novembro, foi editado o seu novo álbum de originais, intitulado
"Até ao Fim", que contou com a produção musical de Tiago Bettencourt.
Em
Janeiro de 2015, foi condecorada pela Presidência da República Portuguesa, com
a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, pelo seu contributo inestimável para
a divulgação da cultura portuguesa e para a sua projeção de Portugal no mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário