Graco
Silvio Braz é um cantor e compositor completo, criativos nas duas funções.
Passou vinte anos trabalhando nos bastidores da música, compondo e sendo
gravado por artistas respeitados no cenário musical brasileiro. Fagner tem uma
música de sucesso: Noturno que é assinada pelos irmãos Graco e Caio, essa
música foi tema da novela global: Coração Alado. Balada de denso teor
existencialista, encontrou profundo eco na sensibilidade popular. Tornou-se uma
espécie de “hino” no final da década de ’70 e imortalizada na preferência dos
fãs de Fagner, hoje a música tem inúmeras regravações. Parceiro de seu
conterrâneo Belchior, compositor emblemático da Geração Nordeste, tem gravadas
15 canções nos discos Melodrama, Elogio da Loucura e Baihuno, além de outras
coletâneas. Ednardo, também referencial em sua formação, outro a gravar suas
músicas, festejando esta identidade musical com sua participação especial na
música “Eu e o Coqueiro”, em que divide, ou melhor, soma com Graco o canto do
maracatu no seu CD inaugural, “Kizumba-Mass” pela gravadora Atração, como ele
mesmo define, “uma viagem pelos sons de minha formação musical, uma viagem
pelos sons das Américas”. Além dos conterrâneos, citamos nomes como: Joana, que
obteve grande sucesso com as músicas “Vertigem”, também em parceria com Caio
Silvio, e “Espelho”, igualmente usada como tema de novela; Maria Alcina;
Osvaldinho do Acordeom; Cláudia; Cláudia Barroso; Altemar Dutra, que deu sua
versão personalíssima de “Noturno”; Núbia Lafaiete; Daniel Taubkin entre
outros.
Graco
é um músico Eclético e aberto à diversidade sem abrir mão da criatividade e
sempre exposto à estreiteza do raciocínio daqueles que teima em fornecer
crachás desse ao daquele gênero aos postulantes a sócio do clube MPB, Graco
passou vinte anos tendo a música como uma profissão paralela, assegurando sua
sobrevivência como redator publicitário, como colaborador de publicações
culturais, como compositor de “jingles” desde sua vinda de Fortaleza para São
Paulo em 1978. Antes de seu primeiro CD solo: Kizumba -Mass, acumulou
participações em vários discos e coletânea soma hoje quase 70 registros de suas
músicas, incluindo-se aí as regravações. Além da experiência de compor também
para teatro. Depois de amadurecer o projeto de lançar seu primeiro CD, Graco
não fez o óbvio esperado e feito por muitos, que é regravar os seus próprios
sucessos, populares na voz de outras estrelas para garantir sua entrada sem
riscos no cenário musical brasileiro, como se esperar. Mas seu caráter
inquieto, ousou, correndo o risco de não agradar. Regravou apenas Noturno,
música cuja representatividade não lhe dava o direito de ser ignorada. Com 15 músicas
o seu CD “Kizumba-Mass” apresenta novas sonoridades ao cenário da MPB. Os
timbres e as palavras que compõem o universo desse “novo” nome em nossa música,
têm um tom de ironia em algumas músicas e a busca de um humanismo em
interpretações ora suaves ou despojadas, o autor se revela até a alma sem
nenhum disfarce em todas as músicas.
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