O Trio Nordestino é um trio
de forró iniciado em 1957 no Rio de Janeiro.
O trio foi criado após a
separação do grupo que acompanhava Luiz Gonzaga. Miudinho e Zito Borborema,
junto com o talento promissor de Dominguinhos (este apresentado por Luiz
Gonzaga), formaram o Trio Nordestino original. Mais tarde se consolidou com a
ajuda de Coroné, Cobrinha e Lindu.
História
O Trio Nordestino original
foi formado no início de 1957 por José Domingos de Morais, João Batista de Lima
Filho e Manoel Valdivino de Souza, conhecidos pelos nomes artísticos
Dominguinhos, Zé Minhoca (depois Miudinho) e Zito Borborema. Na época, tiveram
a ajuda do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. O nome Trio Nordestino foi dado por
Helena, esposa de Gonzagão. Esta formação original se manteve por dois anos,
sendo que, como não havia patente do nome do trio, o mesmo foi disputado depois
pelos trios baiano (formado por Lindú, Cobrinha e Coroné) e paulista (formado
por Xavier, Heleno e Toninho). Este foi o Trio Nordestino original, seguido
depois por todas as variações do trio comentadas neste artigo até a formação
atual.
Fazendo o circuito de casas
noturnas de Salvador, quando estavam trabalhando para a boate Clock, conheceram
o recém-contratado Gordurinha, músico e compositor que iria abrir as portas do
Rio de Janeiro. Com a promessa de gravar um disco, Gordurinha levou-os a Odeon
Records e a RCA, onde não tiveram oportunidade. Numa nova tentativa, desta vez
na Copacabana Discos, passaram no teste dirigido por Nazareno de Brito.
Contratados, gravariam dali a dez dias um álbum completo com 12 músicas.
Em busca do sucesso, o Trio
resolveu tentar uma participação no famoso programa O Trabalhador Se Diverte,
da Rádio Mayrink Veiga, comandado por Raimundo Nobre. Ao chegarem no auditório
do programa, encontram Luiz Gonzaga e imediatamente lhe pedem para que mostre o
caminho das pedras no Rio de Janeiro. Gonzagão se recusa a dar ajuda e continua
a ensaiar. Frustrados com o ídolo, apelam para Raimundo que, depois da
insistência de Gordurinha, concordou com a apresentação de apenas uma música,
"Carta a Maceió", sucesso instantâneo entre o público do auditório,
que aplaudia com fervor pedindo bis. A partir daí tudo mudou; Raimundo pediu à
Ângela Maria, a atração seguinte, que cedesse para o Trio Nordestino cinco dos
seus dez minutos de apresentação. Ela, que tinha adorado "Carta a
Maceió", aceitou o pedido e transformou-se na madrinha do Trio, que pôde
apresentar mais dois números. Isso garantiu um contrato com a rádio para se apresentarem
em programas ao lado da própria Ângela e de artistas como Luiz Gonzaga e Nelson
Gonçalves.
Com o sucesso da canção e de
"Chupando gelo", presentes no primeiro disco, o Trio passou a gravar
um LP por ano, lançando vários sucessos. Famosos, partiram para o Nordeste
junto com Luiz Gonzaga por 75 dias, para fazer a propaganda de uma marca de
cachaça. Foi nessa ocasião que, jantando no Recife, Gonzagão relembrou o pedido
de ajuda feito pelo Trio no auditório da Rádio Mayrink e disse: Se eu tivesse
ajudado, vocês teriam se acomodado e hoje não teriam alcançado a marca de
vendas que ultrapassa a minha. Desde então Gonzagão passou a ajudá-los e uma
longa amizade foi selada. Depois de 11 obras na Copacabana Discos, migraram
para a CBS em 1967. Em 1969, Lindú sofreu um acidente de carro que requeria
mais de um ano de tratamento. Mesmo assim, a nova gravadora resolveu dar
continuidade ao trabalho, levando o sanfoneiro de ambulância para os estúdios
de gravação. Em 1970 saiu o disco com a música "Procurando tu", de
Antônio Barros, que se transformou no maior sucesso do Trio Nordestino,
alavancando mais de 1 milhão de cópias vendidas e levando-os das paradas
sertanejas para as rádios dos mais diversos segmentos em todo o país. O sucesso
nacional levou o Trio a permanecer no primeiro lugar do programa Sílvio Santos,
na TV, durante 90 dias e a receber da CBS o troféu Chico Viola pelo segundo
lugar na vendagem de discos de 1970. O primeiro lugar foi de Roberto Carlos.
O sucesso continuou durante
toda a década e trouxe Luiz Gonzaga e o forró de volta às principais rádios.
Ainda foram responsáveis pelo enriquecimento do ritmo, introduzindo no forró de
raiz (zabumba, triângulo, sanfona) uma segunda sanfona e a bateria. Em 1982, já
de volta à Copacabana Discos, Lindú morre devido a uma insuficiência renal.
Decididos a continuar com o forró, em nome de um pacto feito quando tinham
acabado de formar o Trio Nordestino, Coroné e Cobrinha encontram em Genaro o
substituto para o sanfoneiro. Assim atravessaram a década de 80, até a saída de
Genaro, no início dos anos 90, sendo substituído por Beto Souza, afilhado de
Lindú. Em 1994, o Trio Nordestino sofreu outra baixa. Dessa vez, um câncer de
intestino levou Cobrinha e seu triângulo. Deprimido, Coroné quase abandona a
zabumba. Porém, um sonho e a lembrança do pacto feito há mais de 30 anos em
nome do forró, o manteve na estrada. O substituto de Cobrinha foi encontrado em
Luís Mário, que outrora era adepto do rock, mas que herdou a voz e o talento do
pai, Lindú, e se bandeou de vez para o forró.
Pouco tempo depois, em 2000,
confirmando a profecia de Gonzagão quando estava perto da morte, o forró voltou
a ser sucesso nacional, alavancado por Gilberto Gil e os hits da trilha sonora
do filme Eu, Tu, Eles e com o surgimento de grupos novos como o Falamansa e o
Forróçacana. Isso permitiu que o Trio Nordestino voltasse às paradas com sua
nova formação, prestigiada por um público renovado e jovem. Levados pela nova
onda, foram quatro vezes à Europa, onde fizeram concorridos shows em Paris, no
famoso restaurante Favela Chic, e em Londres, por intermédio do Bar do Luiz,
freqüentado pela colônia brasileira.
Integrantes
Formação Original
Dominguinhos - sanfona
Miudinho (anteriormente Zé
Minhoca) - zabumba
Zito Borborema - triângulo,
pandeiro e voz
Formação atual
Luís Mário - triângulo e voz
Beto Souza - sanfona
Coroneto - zabumba
Ex-integrantes
Lindú - sanfona e voz
Cobrinha - triângulo
Coroné - zabumba
Genário - sanfona e voz
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