21/8/2007
Há exatos 60 anos nascia em Fortaleza Salvino Petrúcio Maia, último dos oito filhos dos alagoanos Salvino da Costa Maia e Maria da Conceição Mesquita Maia e o único nascido no Ceará. Tendo as primeiras lições de piano em casa, com as irmãs, e estudado o instrumento com o mesmo afinco com que se dedicava às leituras escolares, Petrúcio se tornou um dos principais protagonistas do cenário musical formado no Estado nos anos 60 e 70, gestado a partir dos espaços universitários, teatros, bares e da TV Ceará - Canal 2.
Descobrindo-se compositor em meio a esse contexto de efervescência cultural e inquietude criativa, Petrúcio teceu canções com diversos colegas de geração. Com destaque para o arquiteto e poeta Antônio Brandão, com quem assinou clássicos como ´Acorda e sorri´, ´Pé de sonhos´ e ´Estrada de Santana´. Entre outros de seus vários parceiros estão Fausto Nilo (em ´Dorothy L´amour´ e ´Frenesi´, esta também com Francisco Casaverde), Augusto Pontes (em ´Lupiscínica´), os piauienses Climério (´Conflito´) e Clôdo (´Cebola cortada´) e o baiano Capinan (´Passarás, passarás, passarás´). Canções que ganharam o Brasil na voz de intérpretes como Ednardo e principalmente Raimundo Fagner. Sua obra inclui ainda canções com letra e música do próprio Petrúcio, como ´Risada do diabo´, ´Sertão azul´ e ´Batuquê de praia´, registrada em compacto nas vozes de Fagner e Zico.
Mesmo com toda essa produção, Petrúcio deixou poucos discos solo. Gravou os álbuns ´Melhor que mato verde´, de 1980, e ´Cantos do Planeta´, lançado postumamente em 1996, registrando as parcerias do cearense com a esposa, a cantora e compositora mineira Bigha Maia. Portador do vírus HIV, Petrúcio faleceu em Fortaleza, em 6 de maio de 1994. Conforme o Caderno 3 registrou no último mês de julho, na série de reportagens ´Música e Memória´, parte de sua obra permanece inédita, esperando que se concretizem projetos para novos registros de suas canções.
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