Seja bem-vindo ao BRASIL DE DENTRO. Vamos tirar o Brasil da gaveta!

Playlist - Caetano, Gil, Gal, Bethânia, Chico e Milton

LEIA!

O BRASIL DE DENTRO é um blog que não visa lucro. Seu objetivo é apenas um: desvendar o Brasil para os brasileiros. Quer ajudar a concretização desse objetivo? Faça o seguinte: divulgue o BRASIL DE DENTRO entre seus amigos. Um grande abraço!

COMO BAIXAR OS ARQUIVOS DESEJADOS

Tenha certeza de que você está na página dedicada ao artista procurado, e não apenas vendo uma determinada postagem, como uma nota de atualização ou uma nota biográfica. Procure selecionar o artista clicando sobre seu nome na lista apresentada no final da página.

A página do artista apresenta a seguinte ordem: biografia, vídeos disponibilizados no Youtube e as capas dos álbuns com os respectivos links. Para baixar os álbuns, basta clicar na imagem do canário abaixo da frase "TIRE ESTE ÁLBUM DA GAVETA".

sábado, 4 de agosto de 2012

GRUPO AGRESTE


A música regional brasileira teve nos anos 70/80 o seu maior auge. Entre tantos Grupos e músicos surgia o Grupo Agreste. Era meados dos anos 70 e em Montes Claros/MG. Um grupo de jovens rapazes de vários cantos desse nortemineiro se encontrava para cantar e conquistar as mocinhas. Era ditadura militar que imperava no Brasil, mas eles sempre estavam em efervescência com suas músicas e poesias. No domínio do microfone, Pedro Boi era o vocalista da banda que também, ao lado do Gutia, mandava no violão. Zé Chorró, o artista plástico do grupo destoava no baixo. A harmoniosa flauta transversal era e é sempre um show a parte nos assopros de Sérgio Damasceno, o chamado Carinha. Tom Andrade era outro que soltava a voz e debulhava o violão. A percussão, presença forte nessa música regional, ficava a cargo de Manoelito, Toninho e Ildeu Braúna. O Grupo Agreste era formado por sete músicos, entre os quais, jornalistas, sociólogos, poetas e artista plástico.

O GRUPO AGRESTE lançou seu primeiro disco em 1980 pelo selo Cristal gravado no Estúdio Bandeirantes-SP com produção de Téo Azevedo. Logo a banda estourou no cenário nacional e duas de suas músicas, Zumbi e Jaíba, estavam incluídas na trilha sonora da novela Rosa Baiana da TV Bandeirantes. Em 1982, a banda gravou no Estúdio Mosh-SP seu 2º e último LP e nesse ultimo trabalho estão as duas músicas que mais desenham o Catrumano Geraiseiro (O CATRUMANO é a figura do sertanejo Norte Mineiro(GERAISEIRO) que com muito duro sempre trabalha para a sua sobrevivência e apesar de todas as dificuldades nunca perdem o brilho do sol no sorriso.) e que mais sintetizam esse povo nortemineiro, as músicas A LENDA DO ARCO IRIS e PONTE CIGANO. Zumbi é outra música que sempre deixa a flor da pele toda a sensibilidade de quem a escuta e seu trecho marcante “...quem nasceu para ser guerreiro/ não aceita cativeiro/ por isso eu decidi/ a sua chibata/ por mais que me bata/ se não em mata/ eu volto a fugir...” Mais que uma pérola da música brasileira, é uma aula de história e uma volta ao passado para uma reflexão para o presente e futuro.
Disse ASSIS ÂNGELO (jornalista, crítico de MPB, radialista, pesquisador e folclorista): “O Agreste (Grupo) marcou presença no curto tempo que existiu. Notadamente por fazer um trabalho já aquela época diferente do que costumava aparecer nas chamadas paradas de sucesso, sempre tão ao gosto das grandes gravadoras”. Sintético e verdadeiro o comentário de Assis Ângelo.
Pena Branca e Xavantinho juntamente com Renato Teixeira gravaram “Quebra Milho”Sérgio Reis se encantou e gravou “Tocador de Boi”. Dezenas o números de músicos que gravaram o Grupo Agreste.
Entre as músicas mais gravadas do Grupo Agreste encontra-se:
A Lenda do Arco íris (Ildeu Braúna):
“veja morena que belo arco íris/ bebendo água no meio do rio/ chuva estiada festival de cores/ beleza igual aqui nunca se viu... ôi canoeiro não saia pra pesca/ não enfrente o rio/ conta a lenda que virou mulher/ todo pescador que ele engoliu... o são Francisco é sua morada/ caboclo d’água foi quem descobriu/ quando eu morrer/ me enterre numa cova rasa/ bem no meio dessa mata/ lá na curva desse rio”
Rasante ( Ildeu Braúna)
“Voar rasante/ sobre a cidade/ como andorinha voei/ de asas cansadas/ no fim do dia/ como andorinha te procurei/ nos labirintos das ruas desertas/ criança levada eu te encontrei/ mas que bons ventos te trazem aqui/ qual pirilampo/ tão serelepe a festejar”
Ponte Cigano (Ildeu Braúna)
“não pode entender/ quem nunca sentiu o cheiro/ da terra molhada/ quando a chuvarada molha as terras do gerais/ não pode me entender/ quem nunca matou a fome/ com raiz de macaxera/ e a fruta do ananás/ e a minha terra/ fica na ponta dessa estrada/ uma picada vara o verde e leva lá/ não chega a ser um pontinho preto no mapa/ mas quando a gente se afasta/ coração pede pra voltar...”
Ave de Arribação (Gutia/Pedro Boi/Manoelito)
“quem faz da vida um veleiro/ entregue ao deus dará/ deixa seu porto primeiro/ alcança o cais derradeiro/ se o vento do acaso levar/ morena cor de canela/ ave de arribação/ deixa esse porto morena/ e assenta em meu coração/ venha comigo morena/ vem aprender a navegar/ mistura a vida com a morte/ destino, sina com sorte/ no balanço deste mar...)
Andança (Tom Andrade/Rubinger),
Quebra Milho (Tom Andrade/Manoelito)
Mutirão (Ildeu Braúna),
Chegança (Gutia)
Lamento Agreste (Tom Andrade/Manoelito)
Praça da Matriz (Ildeu Braúna),
Clareando (Sérgio/Gutia)
Cantiga de Roda (manoelito),
Zumbi (Ildeu Braúna)
Saudade Teimosa (Tom Andrade/Manoelito),
Jaíba (Ildeu Braúna)
Cachoeira (Ildeu Braúna),
Messias Latino (Ildeu Braúna/Gutia)
Ao fim do Grupo, cada um tomou seu rumo, porém sem perder os laços e sem se afastar de suas raízes e dessa Montes Claros.
Ildeu Braúna, autor de vários livros e por três vezes secretário de cultura. Ainda compõem com frequência e sempre com suas origens e traços fortes.
Chorró se direcionou como empresário gráfico e artista plástico. Um artista de criação 24 horas ininterruptas.
Pedro Boi ainda solta a voz e debulha a viola e é proprietário de um bar, “Curral do Boi”, que é sem dúvida, um ambiente delicioso e carregado desse ar único de Montes Claros.
Tom Andrade sempre na ativa e sempre se superando como cantor e compositor. Ele é a própria música.
Manoelito é outro combatente no fazer música e não apagar a luz desse nosso regional.
Gútia e mora em BH.
Toninho – sem notícias.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Topo da Página ↑