Dulce José Silva Pontes
(Montijo, 8 de Abril de 1969) é uma das cantoras portuguesas mais populares e
reconhecidas internacionalmente. Canta canções pop, música tradicional
portuguesa (fado e folclore incluído), bem como música clássica.
Costuma definir-se como uma
artista da world music. Também compõe alguns dos temas que canta. A sua
atividade artística contribuiu para o renascimento do fado nos anos noventa do
século passado. Dulce distingue-se principalmente pela sua voz, que é versátil,
dramática e com uma capacidade invulgar de transmitir emoções. É uma soprano
dramática com uma voz potente, versátil e penetrante. É considerada uma das
melhores artistas dentro do panorama musical português.
Já atuou em palcos como o
Carnegie Hall e ao lado de nomes como Enio Morricone, Andrea Bocelli e José
Carreras.
O início
Dulce, quando criança,
aprendeu a tocar piano, estudando música no Conservatório de Lisboa. Estudou
Dança Contemporânea entre os 7 e os 17 anos de idade. Em 1988, no decorrer de
um Casting, onde foi selecionada entre várias candidatas, inicia a sua atividade
profissional na Comédia Musical “Enfim sós” prosseguindo com “Quem tramou o
Comendador”, no Teatro Maria Matos, como atriz, cantora e bailarina. Em 1990 é
convidada a integrar o espetáculo “Licença para jogar” no Casino Estoril.
Torna-se popular junto do público português através do programa de televisão
“Regresso ao passado”. Em 1991 vence o Festival RTP da Canção tendo ido
representar Portugal no Festival Eurovisão da Canção, onde cantou “Lusitana
Paixão”. Alcança o oitavo lugar entre 22 países participantes, uma das melhores
prestações de Portugal no Eurofestival.
Década de 1990 e a Canção
do Mar
Em 1992 Dulce gravou o seu
primeiro álbum, chamado Lusitana. Continha principalmente canções pop, que
certamente eram ainda muito abaixo das ambições, capacidades e imaginação
artística da Dulce.
Todavia, já naquela altura
sabia-se que Dulce era uma excelente fadista. As primeiras provas disso
apareceram um ano depois, em 1993, quando foi lançado o seu segundo disco,
chamado Lágrimas. Dulce abordou o fado duma forma muito pouco ortodoxa.
Misturava fado tradicional com ritmos e instrumentos modernos, procurando novas
formas de expressão musical. Enriquecia os ritmos ibéricos com sons e motivos
inspirados pela tradição da música árabe e balcânica, principalmente búlgara. A
sua versão do clássico “Povo Que Lavas No Rio” era tudo menos clássica. Mas
Lágrimas tinha também faixas bastante tradicionais, fados clássicos gravados ao
vivo em estúdio e cantados em rigor com todas as exigências do fado ortodoxo.
Foram estes os temas
(“Lágrima” e “Estranha Forma de Vida”) que lhe ganharam a denominação de
“sucessora e herdeira da Amália Rodrigues”. Mas o maior êxito do Lágrimas foi
um outro clássico, “A Canção do Mar”, que, no Brasil, foi usada como tema de
abertura de uma adaptação do romance As Pupilas do Senhor Reitor, de Júlio
Dinis, em telenovela. Interpretado por Dulce, este tema tornou-se um dos
maiores êxitos da canção portuguesa de sempre (paradoxalmente nesta versão da
“Canção do Mar” ouvem-se muito bem influências árabes), sendo provavelmente a
canção portuguesa mais conhecida fora de Portugal, interpretada até hoje pelo
mundo fora por vários artistas (mais recentemente pela Sarah Brightman, que fez
da “Canção do Mar” o principal motivo musical do seu disco intitulado Harem).
“A Canção do Mar” interpretada pela Dulce faz também parte da banda sonora do
filme americano “As Duas Faces de um Crime” (título inglês – “Primal Fear”), no
qual Richard Gere contracena com Edward Norton.
Em 1995 Dulce lançou o álbum
Brisa do Coração, que é um álbum gravado ao vivo durante um concerto que teve
lugar no Porto a 6 de Maio de 1995. O disco seguinte, Caminhos, foi lançado em
1996. Caminhos continha temas clássicos como “Fado Português”, “Gaivota” e “Mãe
Preta”, interpretados com grande proeza, bem como composições originais. A
crítica considerou o disco mais maduro e melhor que Lágrimas. Os arranjos eram
mais harmoniosos e menos radicais. Este disco consolidou a posição da Dulce
Pontes como uma grande fadista, mas também deu bem a entender que nunca ia ser
apenas uma fadista. Dulce estava interessada em ser uma artista versátil,
heterogênea, que não hesita em ultrapassar as fronteiras de vários gêneros
musicais.
O disco O Primeiro Canto foi
lançado em 1999. A crítica considerou-o o melhor, e também o mais ambicioso e
difícil na carreira da Dulce. Neste disco, Dulce confirma que está seriamente
interessada em ser uma artista da world music. Em O Primeiro Canto, Dulce
introduz elementos do jazz (o álbum contou com a colaboração da Maria João) e
opta pela sonoridade acústica. Dá nova vida a antigas tradições musicais da
Península Ibérica (canta não só em português, mas também em galego e mirandês),
redescobre melodias e instrumentos há muito esquecidos.
Foi lançada uma edição especial
deste disco com três faixas adicionais: uma versão em espanhol de “Pátio dos
Amores”, o célebre tango do inesquecível Astor Piazzolla “Balada para un Loco”
e uma música composta por Dulce, “A minha barquinha”.
Década de 2000
Em 2002 foi lançado o disco
Best of.
2003 trouxe uma grande
novidade e reviravolta na vida artística da Dulce Pontes. Foi lançado o Focus,
que é fruto da colaboração da Dulce com Maestro Ennio Morricone. Dulce cantou
alguns dos clássicos do compositor, mas o disco contém também composições
originais, compostas pelo Maestro especialmente para a voz da Dulce. O
principal objetivo deste disco foi consagrar uma grande voz. Gravado em Itália
e destinado tanto ao público português como internacional, o Focus contém temas
cantados em português, inglês, espanhol e italiano.
O disco O Coração Tem Três
Portas foi editado em 2006 e foi lançado no dia 25 de novembro de 2006 no
recente Coliseu de Elvas perante cerca de 5 mil pessoas. Produzido na íntegra
por Dulce, é composto por 2 CD’s e um DVD. 145 m de música onde a Verdade, o
Amor e o Sonho dão as mãos ao que Dulce considera ser o âmago da música
Portuguesa: O Fado, o Folclore/Música Popular Portuguesa e a Música de
inspiração medieval Galaico-Portuguesa versus Fado de Coimbra. Totalmente
acústico, foi gravado ao vivo por 5 Continentes, na Igreja de Santa Maria em
Óbidos e no Convento de Cristo em Tomar. O DVD inclui um concerto gravado em
Istambul e o making of das gravações efetuadas nos monumentos.
Dulce Pontes em parceria com
José Carreras, protagonizou a abertura oficial da eleição das Novas 7
Maravilhas do Mundo, realizado em Portugal, com o tema “One World” (Todos somos
um) de sua autoria, para a maior emissão televisiva da história.
Colaborações e concertos
Ao longo da sua carreira
Dulce Pontes colaborou com vários artistas internacionais, como Cesária Évora,
Caetano Veloso, Marisa Monte, Carlos Núñez, a banda celta The Chieftains,
Cesária Èvora, George Delaras e o artista basco Kepa Junkera. Compôs o dueto para
Eleftheria Arvanitaki (o fruto desta colaboração encontra-se no disco de
Eleftheria intitulado Ekpompi). O dueto com o artista angolano Waldemar Bastos
constitui um dos grandes momentos do álbum O Primeiro Canto.
Dulce comemora 20 anos de
carreira em 2008. Tem levado a cultura Portuguesa através da sua sensibilidade
aos 4 cantos do Mundo. Carnegie Hall em NY (2007), Royal Albert Hall com Ennio
Morricone são apenas dois exemplos da sua popularidade. Recentemente em Sófia
foi a primeira artista portuguesa a atuar na Bulgária.
Discografia
Álbuns
Lusitana (CD, Edisom, 1992)
Lágrimas (CD, Movieplay,
1993)
A Brisa do Coração - Ao Vivo
No Coliseu do Porto (2CD, Movieplay, 1995)
Caminhos (CD, Movieplay,
1996)
O Primeiro Canto (CD,
Universal, 1999)
Best Of (Compilação,
Movieplay, 2002)
Focus (CD, Universal, 2003)
(com Ennio Morricone)
O Coração Tem Três Portas
(2CD, ZM, 2006) Lançado no Recente e Modernizado Coliseu da Cidade de Elvas que
contou com cerca de 6000 espectadores.
Momentos (2CD, Farol Música,
2009)
Singles
Tell Me (Single, 1991)
Coletâneas
7 Cidades () - 7
Cidades/Idade D'ouro/Baía Do Silêncio
La Luz Prodigiosa () - La Luz
Prodigiosa
Colaborações
Carlos Guilherme () - Quando
o Coração Chora
Paulo de Carvalho (1994) -
Pomba Branca
Adelaide Ferreira (1998) -
Papel Principal
Carlos Nunez (1996) - Lela
Andrea Bocell (1999) - O Mare
E Tu
Uxia (2000) - A Rula
Kepa Junkera - Sódade /
Maitia nun Zirá
Daniela Mercury (2003) -
Milagres do Povo
Janita Salomé (2003) -
Senhora do Almortão
George Delaras (2005)- Live
at the Herodium (Atenas)
Ennio Morricone (2005)- DVD
Arena di Verona
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