"Um Deus Vagabundo" é o primeiro disco solo de Bubuska. Em 1978 ele apareceu em duas faixas de um LP, "Primeira Cantoria da Músicas Nordestinas", que reuniu as melhores músicas apresentadas num festival regional organizado pela TV Globo de Recife. Bubuska classificou-se em primeiro e segundo lugares, com suas composições "Sertão, Pedra, Pau e Poeira" e "Se Oriente, Moço", esta em parceria com sua mãe, a escritora Pazita. Logo depois, veio ao Rio participar de dois programas musicais da mesma TV Globo, "Sexta Super" e "Brasil Pandeiro", quando foi convidado para gravar na RCA e WEA "Quis não, véio", explica ele, "porque vi que todo o mundo lá no Nordeste estava gravando um disco e depois nada acontecia. Resolvi esperar por uma oportunidade melhor, quando alguém se interessasse em fazer comigo um trabalho mais a longo prazo."
Enquanto esperava por isso, ele continuou a trabalhar em Recife fazendo jingles, depois de uma experiência como desenhista publicitário e de passar três anos no mar, colocando em prática o que havia estudado na Escola de Pesca Tamandaré, onde se formou em patrão de pesca costeira. Continuou a participar de Festivais, sendo que no "Primeiro Festival da Música Popular do Nordeste" tirou o terceiro lugar com a música "Perdido que nem Cego no Meio do Tiroteio", além de ganhar o prêmio de melhor intérprete. No ano passado, recebeu outro prêmio, o de melhor letra do "Festival 79 da Música Popular", da Rede Tupi, com "Tô Querendo Tá". Eu fazia parte da equipe daquele festival e, numa tarde qualquer, Solano Ribeiro, que era o diretor geral, me mostrou as músicas classificadas. A terceira que ouvi foi "Tô Querendo Tá". Exagerando até um pouquinho, digo que dei um salto da cadeira. "Que cara incrível, Solano! A música dele, a letra, a voz e a interpretação, que loucura? Quem é esse cara com tanta força em tudo que faz? Solano respondeu: "Bubuska. Por que você não arranja alguém para cuidar da vida dele?" Liguei imediatamente para Roberto Santana, o produtor deste disco, diga-se logo, que depois de muito trabalho conseguiu localizá-lo em Recife. Juntou a fome com a vontade de comer: amigo do pessoal do Quinteto Violado, Bubuska conhecia o trabalho desenvolvido por Roberto com o grupo, além de saber de como ele tinha descoberto e trazido para o Rio a Fafá de Belém. Pelo telefone perguntou a Roberto. "Se você garantir todas as barras aí no Rio e quiser fazer um trabalho maior, além dos discos, tudo bem". No dia seguinte, Bubuska chegou ao Rio. Um dia depois entrava nos estúdios da Polygram na Barra para fazer uma fita teste com quatro músicas suas. Vinte quatro horas depois estava contratado. Diz Bubuska: "Não é bairrismo, não, mas a música popular brasileira, hoje, está muito mais nordestina. Acontece que a gente demorou tanto tempo lá em cima, fazendo musica, esperando, juntando, armazenando, todo o tempo passando tudo por uma peneira que, quando finalmente a gente veio, veio com muita força". Bubuska, na verdade, Ivo Rangel Neto, nasceu em Recife no dia 20 de maio de 1953, numa casa onde a música sempre estava presente. No dia em que falou com seu pai, Luciano Pontual Rangel do Rego Barros, hoje também seu parceiro, que gostava mesmo era de música, ouviu dele a frase, "então o que você tem que fazer é se meter nela com unhas e dentes". Foi o que Bubuska fez. Na minha opinião, para o bem de todos nós.
Enquanto esperava por isso, ele continuou a trabalhar em Recife fazendo jingles, depois de uma experiência como desenhista publicitário e de passar três anos no mar, colocando em prática o que havia estudado na Escola de Pesca Tamandaré, onde se formou em patrão de pesca costeira. Continuou a participar de Festivais, sendo que no "Primeiro Festival da Música Popular do Nordeste" tirou o terceiro lugar com a música "Perdido que nem Cego no Meio do Tiroteio", além de ganhar o prêmio de melhor intérprete. No ano passado, recebeu outro prêmio, o de melhor letra do "Festival 79 da Música Popular", da Rede Tupi, com "Tô Querendo Tá". Eu fazia parte da equipe daquele festival e, numa tarde qualquer, Solano Ribeiro, que era o diretor geral, me mostrou as músicas classificadas. A terceira que ouvi foi "Tô Querendo Tá". Exagerando até um pouquinho, digo que dei um salto da cadeira. "Que cara incrível, Solano! A música dele, a letra, a voz e a interpretação, que loucura? Quem é esse cara com tanta força em tudo que faz? Solano respondeu: "Bubuska. Por que você não arranja alguém para cuidar da vida dele?" Liguei imediatamente para Roberto Santana, o produtor deste disco, diga-se logo, que depois de muito trabalho conseguiu localizá-lo em Recife. Juntou a fome com a vontade de comer: amigo do pessoal do Quinteto Violado, Bubuska conhecia o trabalho desenvolvido por Roberto com o grupo, além de saber de como ele tinha descoberto e trazido para o Rio a Fafá de Belém. Pelo telefone perguntou a Roberto. "Se você garantir todas as barras aí no Rio e quiser fazer um trabalho maior, além dos discos, tudo bem". No dia seguinte, Bubuska chegou ao Rio. Um dia depois entrava nos estúdios da Polygram na Barra para fazer uma fita teste com quatro músicas suas. Vinte quatro horas depois estava contratado. Diz Bubuska: "Não é bairrismo, não, mas a música popular brasileira, hoje, está muito mais nordestina. Acontece que a gente demorou tanto tempo lá em cima, fazendo musica, esperando, juntando, armazenando, todo o tempo passando tudo por uma peneira que, quando finalmente a gente veio, veio com muita força". Bubuska, na verdade, Ivo Rangel Neto, nasceu em Recife no dia 20 de maio de 1953, numa casa onde a música sempre estava presente. No dia em que falou com seu pai, Luciano Pontual Rangel do Rego Barros, hoje também seu parceiro, que gostava mesmo era de música, ouviu dele a frase, "então o que você tem que fazer é se meter nela com unhas e dentes". Foi o que Bubuska fez. Na minha opinião, para o bem de todos nós.
João Luiz de Albuquerque
muito bom,bubuska verdadeiro poeta nordestino.
ResponderExcluirshou de bola cantor poeta realmente nordestino
ResponderExcluirFui vizinho de Bubuska Valença, filho de Luciano e Pasita, morávamos na rua cap. Zuzinha em Boa Viagem em Recife.Ele ainda era um garoto,gostava muito dele mas nunca mais o vi pois me mudei para Pirassununga -SP há 33 anos e gostaria de ter contato com ele. Abraço amigo.
ResponderExcluirQue privilégio de ter convivido com essa lenda. Adoro o Bubuska e ficaria muito feliz de conhecê-lo pessoalmente, ou de pelo menos ter com ele um contato virtual.
Excluir