Em
1965, gravou no estúdio Discobel seu primeiro disco, interpretando a música de
domínio público "Deus te Salve, Casa Santa" para a qual compôs mais
três estrofes e mudou a melodia tradicional cantada no norte de Minas. No mesmo
período apresentou-se fazendo a abertura de shows de variados artistas, tais
como Caxangá e Vicente Lima, e Zé Brasil, que se apresentavam em circos e
praças públicas. Em 1968, foi escolhido O Melhor Compositor Mineiro do Ano pelo
cronista Gérson Evangelista, do jornal mineiro "O Debate". No ano
seguinte, mudou-se para São Paulo. Na
capital paulista aprendeu todas as modalidades de cantoria do Nordeste com o
cantador alagoano Guriatã de Coqueiro. Apresentou-se como cantador nas ruas de
São Paulo, correndo o chapéu entre os ouvintes. Cantou sextilhas com o
iniciante Alceu Valença na Feira de Arte da Praça da República, criada por
Antônio Deodato, alagoano conhecido como Deodato Santeiro. Daquela Feira de
Arte participavam diversos cantadores e cordelistas, entre os quais Maxado
Nordestino, Sebastião Marinho e Coriolano Sérgio. Em São Paulo tornou-se também
parceiro de Venâncio, da dupla Venâncio e Curumba, de quem tornou-se amigo. Em
1978, lançou o disco "Brasil, Terra da Gente", no qual gravou, entre
outras composições, "Viola de bolso", uma transposição para folia de
reis de versos de Carlos Drummond de Andrade.
No mesmo ano, foi vencedor do
Primeiro Festival de Música Sertaneja promovido pela Rádio Record de São Paulo
com a toada "Ternos pingos da saudade", feita em parceria com o poeta
Cândido Canela. Além do prêmio de melhor melodia e de melhor letra, recebeu
também o prêmio de melhor interpretação. No ano seguinte, participou da
abertura da Feira do Livro na Praça Sete de Setembro, sendo convidado em
seguida para gravar os jingles e spots de lançamento do primeiro Torneio de
Repentes de Minas Gerais. Em 7 de janeiro de 1980 fundou, com outros
companheiros como Amelina Chaves, Jason de Morais, Josece Alves, Silva Neto,
Pau Terra, João Martins e o grupo Agreste, a
ARPPNM, Associação dos
Repentistas e Poetas Populares do Norte de Minas. Ainda em 1980, descobriu o violeiro, tocador de rabeca e construtor de
instrumentos Zé Coco do Riachão, do qual produziu os primeiros discos. Seu primeiro livro lançado foi
"Literatura popular do norte de Minas". Em 1982, lançou a segunda edição
de seu segundo livro, "Plantas medicinais e benzeduras", cuja
primeira edição de 10 mil exemplares se esgotou. Nas suas 165 páginas registrou
o relato de 120 curandeiros, aparadeiras e benzedores. Publicou também
"Cultura popular do norte de Minas" pela Editora Global, "A folia de reis no norte de
Minas", pelo Sesc-MG, "Abecedário matuto", pela Global,
"Repente folclore", pelo Sesc-MG, "Tiófo, o cantador de um braço
só", pela Global, "Dicionário
catrumano (Pequeno glossário de locuções regionais)", pela editora Letras
e Letras, "As plantas que curam", pela Editora Motivo e "Versos
de rodeio". Em 1994, teve as músicas "Cachorro sem dono" e
"Dona Criola" gravadas pelo cantor Luano do Recife. Já escreveu mais
de mil histórias de cordel.
Individualmente lançou mais de 10 discos. Participou ainda de discos de outros
artistas, como "Som Brasil" com Rolando Boldrin, "10 anos do
Paço das Artes" (MIS- SP)", "Chapéu de couro" com Jorge
Paulo, "Repentistas do norte de Minas", "Luiz Gonzaga: 70 anos
de sanfona e simpatia" e outros. Musicou um especial sobre Guimarães Rosa
para a FM-Cultura-SP. Para a TV da Alemanha musicou dois especiais, um
sobre "Grande sertão,
veredas", de Guimarães Rosa, e outro sobre "Cantigas de vaqueiros e
repentistas". Musicou também parte da peça "A hora e a vez de Augusto
Matraga", de Guimarães Rosa, com direção de Antunes Filho, e "Festa
na roça", de Martins Pena, encenada no Teatro Célia Helena em São Paulo.
Em 1997, interpretou a música "For
Bobby Keys (Music and Life)", versão de Michael Grossmann, no disco do
saxofonista Bobby Keys da banda inglesa Rolling Stones. No mesmo ano, gravou
com Charlie Musselwhite, tido como o maior gaitista de blues do mundo, com o
qual interpretou a composição "Puxe o fole, sanfoneiro Dominguinhos tocador",
de sua autoria, que foi indicada como a melhor do CD. Já teve cerca de mil e
quinhentas músicas gravadas pelos mais diversos intérpretes, entre os quais
Luiz Gonzaga, Sérgio Reis, Clemilda, Tião Carreiro, Zé Ramalho, Banda Cacau com
Leite, Tonico e Tinoco, Jair Rodrigues, Cascatinha e Inhana, Zé Coco do
Riachão, Caju e Castanha, Milionário e José Rico, Chrystian e Ralf, Pena Branca
e Xavantinho, Jackson Antunes, Gedeão da Viola, Genival Lacerda, Zé Ramalho.
Até 2000 constava como o terceiro compositor com mais músicas gravadas no
Brasil. Tem tido como parceiros, entre outros, Cândido Canela, Jansen Filho,
Taís de Almeida e Lourival dos Santos. Musicou o poema "Viola de
bolso" de Carlos Drummond de Andrade. Participou de diversos programas de
televisão, entre os quais Som Brasil, Faustão, Hebe Camargo, Jô Soares, Viola,
minha Viola, Globo Rural (com especiais sobre o Pequi e Folia de Reis) e
Goulart de Andrade. É considerado, usualmente no meio, o maior produtor de
discos do Brasil, com mais de 3.000 produções até 1999, tendo lançado diversos artistas da música
regional e estimulado outros tantos iniciantes, como foi o caso de Zeca
Collares. Foi, durante 30 anos, Mestre de Folia de Reis, tendo sido um dos
criadores do Terno de Folia de Alto Belo. Na mesma localidade, coordena e apresenta anualmente a Festa dos Santos
Reis de Alto Belo, considerada por muitos a maior festa de folia de reis do
Brasil. Durante as noites do evento, que
dura 3 dias, são apresentados grupos de ternos de folia de reis das cidades
vizinhas e de diversas cidades mineiras, além de artistas renomados da cultura
regional mineira, especialmente da região norte. O evento tem também no roteiro
diversas atividades e jogos característicos da região norte de Minas Gerais. Em
1998, participou da novela Serras Azuis, da TV Bandeirantes, com o Terno da
Folia de Reis de Alto Belo. No mesmo ano, apresentou no Seminário Internacional
Guimarães Rosa na PUC - Minas Gerais, o "Cordel de Guimarães Rosa".
Apresentou o programa "Nosso Canto Nordestino", na Rádio Record de
São Paulo. Apresenta desde 1991 o "Programa Téo Azevedo" na Rádio
Atual, também de São Paulo, líder de audiência. Manteve no início dos anos 1990
a coluna "Cultura Nordestina" no "Jornal Sertanejo de São
Paulo". Além de palestras realizadas periodicamente sobre cultura popular
em diversas faculdades brasileiras, fez palestras em Portugal sobre o mesmo
tema, tendo ainda feito um show no Teatro da Ilha da Madeira. Seus livros de
cordel já foram tema de estudo nas faculdades do Arizona, nos Estados Unidos,
de Osaka, no Japão, e na Sorbonne, na França. Sua obra resultou também em tese
de doutorado na Faculdade de Colônia na Alemanha. Em seus discos, tem gravado e
divulgado variados ritmos da cultura do norte de Minas, como o calango, o coco
de viola, o lundu, o guiano e o repente. Suas letras e melodias apresentam
grande intensidade poética, tornando-o um dos grandes mestres da música popular
brasileira. Em 2001, o jornalista Assis Ângelo publicou "Cantador de Alto
Belo", sobre a vida de Téo Azevedo. Também no mesmo ano, Téo Azevedo
participou do CD "Veredas do Grande Sertão", de Jackson Antunes,
cantando a música homônima ao título do disco, de sua autoria. Em 2001, lançou
pela Kuarup Discos o Cd "Téo Azevedo - 50 anos de cultura popular - Cantos
do Brasil puro", que teve as participações dos violeiros Gedeão da Viola e
Tião do Carro, e apresentação do jornalista Assis Ângelo. Nesse disco,
interpretou o pagode "Chora, chora na viola, violeiro do sertão", com
melodia de sua autoria sobre poema de Castro Alves; o canto de Folia de
Reis "Deus te salve casa santa
(Cálix Bento)", com música sua sobre tema popular; o pagode "Resposta
de poeta sertanejo", de sua autoria e Lourival dos Santos; o coco de viola
"Faculdade sertaneja", de sua autoria; a toada de Alto Belo
"Asas detidas", parceria com Oliveira de Panelas; o pagode
"Prosa de valentão", com Clemilda; a toada de Alto Belo
"Desencatarana das Gerais", com Brauna e Darcy Ribeiro, com letra
baseada no livro "O mulo", de Darcy Ribeiro; os pagodes "Minha
viola", com Cândido Canela, e "Milagre", com Janir Vale
Mauricio, faixa que contou com a participação da cantadora Beatriz Azevedo; a
toada de lamento "Justiça social", com Valente, e a toada de Alto
Belo "Revendo", com Moisés Lacerda e Gê Maria. Comemorando 60 anos,
em 2003, Téo Azevedo lançou o CD "Brasil com "S" - vol. 1",
em que reúne vários convidados, mostrando, em música e poesia, pérolas do
sertão mineiro. Entre os convidados, estão Rodrigo Mattos, Dedé Paraízo,
Fernanda Azevedo, João Mulato & Paraíso, Cowboy & Estradeiro, José
Fábio, José Osmar & Afonso Pimenta, Cantadeiras de Alto Belo, e Jackson
Antunes. Na mesma ocasião lançou outro CD comemorativo de seus 60 anos.
"Brasil com "s" Vol.2 reúne outros convidados do artista,
cantando um repertório característico da cultura sertaneja. Entre os convidados
estão Genival Lacerda, Caju & Castanha, Marimbondo Chapéu, Rodrigo Azevedo,
Valdo & Vael e Mana Véia. Nesse segundo CD foram interpretadas:
"Esquenta o forró", de Téo Azevedo e Genival Lacerda, com
participação de Genival Lacerda; "Ternos pingos de saudade", parceria
com Cândido Canela; "Bodais, parceria com Dedé Paraízo, que participou
também da interpretação, uma homenagem ao cantador Elomar Figueira de Melo;
"Ferrada do marimbondo", com interpretação instrumental de Marimbondo
Chapéu; "Sertão brasileiro", de sua autoria, interpretada pela dupla
Valdo e Vael; Toinha", de sua autoria, interpretada em dueto com Mana
Véia; "São Paulo de todos nós", com Peter Arouche; "Forró e
prazer", na interpretação de Fatel, "O rei do pequi", com a
dupla Raimundo e Edmundo; "Boi do Pantanal", parceria com João
Januário, interpretada por Carlos Pinho, "Trava língua do p", com a
dupla Cajú e Castanha; "Valsanando (Solo de viola caipira)", com
participação instrumental do violeiro Rodrigo Azevedo e "Amanhecer
sertanejo", parceria com Jansen Filho, que contou com a participação da
dupla João Mulato e Paraíso. Em 2008, realizou participação especial,
juntamente com Rolando Boldrin e Paulo Freire, no CD "Imaginário Roseano".
O disco, que foi produzido por João Araújo, Rodrigo Delage e Maestro Geraldo
Vianna, trouxe canções brasileiras em comemoração ao ano do centenário do
escritor Guimarães Rosa. Em 2012, participou do disco "Velho Chico - Sob
olhar Januarense", ao lado de nomes como Risalva, Shokito, Catúrcio (o
Poeta Catrumano), Maurílio Arruda, Jorge Silva, João Mário Bhá, João Filho,
Carromba, Deo Brasil, Admilson Arruda, Jackson Antunes e Grupo Agreste. O
álbum, lançado com a apoio da InterTV, afilhada da Rede Globo, apresentou
histórias, poesias e músicas sobre o Rio São Francisco.
No
mesmo ano, lançou o CD "Salve 100 anos Gonzagão", em comemoração do
centenário do nascimento de Luiz Gonzaga. O disco apresentou suas composições
"Requiem a Gonzagão", "Maria cangaceira", "Saudade do
corneteiro", "Forrozeiro Voando na Asa Branca", "Casa do
Bras", "Puxe o fole sanfoneiro, Dominguinhos tocador",
"Padroeira da visão", parceria sua com Luiz Gonzaga, "Oxente, cabra
da peste", parceria com Genival Lacerda, "O sonho de Téo Azevedo com
Gonzagão no Parque Asa Branca", parceria sua com Caju e Castanha, "O
buraco", parceria com Jairo Ribeiro, "Quanto mais mexe mió",
parceria com João Evengelista, "Romario eterna", parceria com
Maurilio Arruda, e "Abecedario catrumano", parceria com Braúna. O
álbum teve participações especiais de Dominguinhos, Genival Lacerda, João
Lacerda, Mano Véio e Mana Véia, Caju e Castanha, Tiziu do Araripe, Jackson
Antunes, José Fábio, José Carlos, Luiz Wilson e Fatel, Os Nonatos e Assis
Ângelo.
No
ano seguinte, o disco foi premiado com o Grammy Latino, em cerimônia realizada
em Las Vegas (EUA), como vencedor da categoria "Melhor Álbum de
Raiz". Também em 2013, recebeu o Prêmio Rozini de Excelência da Viola
Caipira, promovido pelo Instituto Brasileiro de Viola Caipira, na categoria
guardião das raízes. Em 2015, lançou o CD "Catrumano & Urbano",
com 14 músicas inéditas de autoria, interpretação e produção sua e de João
Araújo.
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