Em 1928, o trapezista e cantor de
tangos Murilo Alvarenga conheceu Diésis dos Anjos Gaia em uma serenata no
litoral paulista. Começam a cantar juntos em circos interpretando músicas
sertanejas, o que era uma novidade na época. A dupla iniciou-se em 1933,
trabalhando no Circo Pinheiro em Santos. Devido às paródias baseadas no governo
de Getúlio Vargas, a dupla sofreu algumas perseguições.
Contavam histórias, faziam
sketches cômicas e cantavam suas músicas e logo depois eram, muitas vezes,
presos. No mesmo ano, apresentaram-se na Companhia Bataclã em São Paulo.
Em 1934, a convite do maestro
Breno Rossi começaram a trabalhar na Rádio São Paulo. Em 1935, formam com
Silvino Neto o trio Os Mosqueteiros da Garoa, que teve curta duração. Ainda
naquele ano, venceram o concurso de músicas carnavalescas de São Paulo com a
marcha "Sai feia", de Alvarenga. Trabalharam no filme "Fazendo
fita" de Vittorio Capellaro, a convite do Capitão Furtado. Em 1936,
dirigiram-se para o Rio de Janeiro indo se apresentar na Casa de Caboclo.
Começaram a se apresentar na
Rádio Tupi no programa "Hora do Guri". Naquele mesmo ano, gravaram o
primeiro disco pela Odeon "Itália e Abissínia", uma moda de viola com
o Capitão Furtado e o cateretê "Liga das Nações". Em 1936, seguiram
para Buenos Aires, onde se apresentaram no Teatro Smart.
Em 1937, já no auge do sucesso,
passaram a fazer parte do elenco do Cassino da Urca, onde apresentavam sátiras
políticas além de outros gêneros. Em 1938, obtiveram seu maior sucesso
carnavalesco com a marcha "Seu condutor", em parceria com Herivelto
Martins. Ainda naquele ano, a dupla separou-se pela primeira vez.
Alvarenga fez gravações com
Bentinho e também com o grupo chamado "Alvarenga e sua gente". A
dupla se separaria outras vezes ao longo dos 27 anos de carreira.
Em 1939, a dupla se recompôs
gravando novos discos pela Odeon. Ainda no mesmo ano, a dupla foi convidada por
Alzira Vargas para apresentar-se para o Presidente Vargas no Palácio do Catete.
Getúlio Vargas gostou das músicas da dupla e mandou suspender a perseguição a
suas composições políticas.
Também em 1939, excursionaram
pelo Rio Grande Sul e passaram a se apresentar na Rádio Mayrink Veiga.
Receberam o título de "Os milionários do riso", graças aos cada vez
mais sucedidos sketches cômicos. Em 1940, gravaram pela Odeon um de seus
maiores sucessos, "Romance de uma caveira", de Alvarenga, Ranchinho e
Chiquinho Sales. Em 1946, Alvarenga abriu uma boate em Copacabana, no Posto
Seis, ali se apresentando por dois anos. Em 1949, gravaram "Drama da
Angélica" intitulada de canto tétrico. Em 1950, fizeram uma excursão de um
mês por Portugal apresentando-se no Cassino Estoril em Lisboa. Em 1955,
participaram do filme "Carnaval em lá maior", de Ademar Gonzaga.
Fizeram campanhas políticas para
Juscelino Kubitscheck e Ademar de Barros. Fizeram célebres paródias de músicas
conhecidas como "Nervos de aço", de Lupicínio Rodrigues, "Adios
muchacho", de Júlio Sanders e César Vendani, e "Disparada", de
Geraldo Vandré e Téo de Barros.
A partir de 1959, a dupla deixou
de trabalhar no rádio passando a trabalhar apenas na televisão. Em 1965, Diésis
dos Anjos abandonou a dupla e foi substituído por Homero de Souza, que passou a
ser o novo Ranchinho.
A partir dos anos 70 passaram a
se apresentar quase exclusivamente no interior do país, até a morte de
Alvarenga em 1978.
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