Fadista,
Ana Sofia Varela Fernandes nasceu a 28 de março de 1977, em Lisboa. É uma das
vozes que mais se destacam da chamada "nova geração", com um
repertório que inclui a interpretação de poemas inéditos de Amália Rodrigues.
Apesar
de ter nascido na capital, é mais alentejana do que alfacinha. Aos três anos
foi viver para Serpa, onde permaneceu até aos 21. E foi ali que descobriu a sua
paixão pelo fado. Aliás, mantém um ligeiro sotaque alentejano na voz. Logo aos
10 anos, cantou fados popularizados por Amália Rodrigues, como A Casa da
Mariquinhas e A Gaivota. Ou Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo, de Nuno da
Câmara Pereira. Começou a dar nas vistas na escola e participou em vários
concursos, incluindo a Grande Noite do Fado e o Festival da Canção.
Em
1998, foi convidada pelo mestre de guitarra portuguesa António Chainho para
participar no álbum A Guitarra e Outras Mulheres. Um álbum marcante de
experimentação dentro do fado. Chainho, que também é alentejano, convidou seis
intérpretes de diferentes áreas (Teresa Salgueiro, Filipa Pais, Marta Dias,
Nina Miranda, Elba ramalho), pediu a poetizas que escrevessem letras e rodeou-se
de músicos estrangeiros de reputação mundial ligados ao jazz. Ana Sofia Varela,
que na altura assinava apenas Sofia Varela, canta Tenho Ruas no meu Peito, com
letra de Maria de Lourdes Carvalho.
No
mesmo ano, juntamente com João Monge e João Gil, integrou o projeto "Do
sol e da lua, fado e flamenco", inserido no programa da Expo'98. Um
projeto ousado que junta os dois estilos mais emblemáticos da Península Ibérica
e que tem reflexos no seu primeiro álbum, no tema Ducados, com a participação
do guitarrista de flamenco Pedro Joia.
Ana
Sofia Varela instalou-se definitivamente na capital. E, a convite de Carlos
Zel, começou a atuar em casas de fado. Primeiro no Clube de Fado Amália, em
Cascais, e mais tarde no Clube de Fado, junto à Sé de Lisboa.
Deu
voz também à digressão de Mário Pacheco, guitarrista de Amália Rodrigues e
proprietário do Clube de Fado, em locais como Itália, Macau e Japão.
De
resto, Mário Pacheco teve um papel essencial na carreira de Ana Sofia Varela e
na gravação do seu primeiro disco. Apaixonou-se pela sua voz e ofereceu-lhe
duas letras inéditas de Amália, devidamente musicadas: Por que Voltas de que
Lei e Vivendo sem mim. Mas estes não são os únicos destaques do álbum.
Inicia-se com uma música de Rui Veloso e João Monge, Quem Canta na Minha Voz,
inclui três letras de Vasco Graça Moura. A produção é de Manuel Paulo, músico
da Ala dos Namorados, e é acompanhada por Mário Pacheco, Carlos Manuel Proença
(viola) e Paulo Paz (contrabaixo), e mais meia dúzia de convidados.
Ana
Sofia Varela já deu concertos em diversos países, como Espanha, Brasil, Grécia,
Holanda, Reino Unido e Noruega. Em 2003, representou Portugal na Feira
Internacional de Música Womad. E, em 2005, foi distinguida com o Prémio Amália
Rodrigues para a melhor voz feminina.
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